Resenha: Todo Dia




Título: Todo dia
Autor(a): David Levithan
Editora: Galera Record
ISBN: 9788501099518
Páginas: 280
Ano: 2013
Skoob
Neste novo romance, David Levithan leva a criatividade a outro patamar. Seu protagonista, A, acorda todo dia em um corpo diferente. Não importa o lugar, o gênero ou a personalidade, A precisa se adaptar ao novo corpo, mesmo que só por um dia. Depois de 16 anos vivendo assim, A já aprendeu a seguir as próprias regras: nunca interferir, nem se envolver. Até que uma manhã acorda no corpo de Justin e conhece sua namorada, Rhiannon. A partir desse momento, todas as suas prioridades mudam, e, conforme se envolvem mais, lutando para se reencontrar a cada 24 horas, A e Rhiannon precisam questionar tudo em nome do amor.

Esse livro foi cedido pelo Grupo Editorial Record.

É bom - ou não - começar dizendo que apesar de não ter sido uma das experiências mais incríveis de leitura minhas, Todo Dia valeu muito a pena por ser um livro bem escrito e cheio de coisas para serem refletidas. Foi uma pena pra mim, ele não ter ido além disso. Eu fiquei apaixonada pela escrita do David desde que li Will & Will que ele escreveu em parceria com o John Green e, obviamente, estava saltitante pra conferir algo dele sozinho.
Se você olhar para o centro do universo, existe frieza lá. Um vazio. No final das contas, o universo não se importa conosco.
É por esse motivo que temos que cuidar um do outro.
Página 275
Todo dia, traz o drama - ou história, chame como preferir - de A, um ser que todos os dias, acorda em um corpo diferente e tem uma vida diferente. O que no começo era estranho, hoje é rotina para ele. Rotina que ele já está bem acostumado, até que conhece Rhiannon, a namorada de um de seus hóspedes, Justin. Ele não costuma interferir, mas algo nela mexe com ele, então ele decide fazê-la feliz naquele dia e o inevitável acontece, se apaixona e deseja poder estar perto dela em outros dias. Rhianon é a garota dos sonhos de muitos meninos por ser inteligente e meiga, mas algo em Justin a deixa apagada de si mesma e isso faz com que A acredite que possa lhe dar algo que falta , não apenas naquele dia, mas em todos os outros.
Estou cansado de não sentir. Cansado de não me conectar. Quero estar aqui com ela. Quero ser o cara que vai corresponder às expectativas dela, pelo menos no tempo que me foi concedido.
Página 19
Sem dúvida, o livro tem uma história muito bem construída e o autor explora cada ponto fraco de A para fazer você se envolver e até querer resolver os problemas do protagonista e quando a mocinha chega, o drama todo fica completo com direito a muitas frases de efeito que te fazem perceber a capacidade do autor de mexer com seus sentimentos.
Torço, mas não crio expectativa.
Página 40
Se por um lado o fato de o livro ser cheio de frases de efeito é muito bom, por outro pode ser extremamente cansativo, pelo menos pra mim foi. Chegou um momento que já era previsível pra mim que alguém falaria algo incrível no próximo parágrafo, simplesmente porque cabia perfeitamente na cena e eu deixei de ser surpreendida, e o encanto foi diminuindo. É claro que isso funciona com a maioria das pessoas e se torna inevitável que muitos se desmanchem em lágrimas, mas para me deixar assim eu preciso de muito mais.
(...)A bondade tem mais haver com o que você é, enquanto a gentileza tem a ver com o modo quer ser visto.
Página 52
Uma das maiores qualidades do autor com certeza é nos fazer questionar tudo aquilo que acreditamos, isso faz com que a gente fique conversando com os personagens querendo colocar um pouco de juízo na cabeça deles quando discordamos de algo, o que torna a leitura viciante mesmo pra mim que me senti incomodada com várias situações no decorrer da história e não conseguia parar de ler por ter necessidade saber onde o autor queria chegar.
Na minha experiência, desejo é desejo, amor é amor. Nunca me apaixonei por um gênero. Apaixonei-me por indivíduos. Sei que é difícil para as pessoas fazerem isso, mas não entendo porque é tão complicado, quando é tão óbvio.
Página 123
O romance central não me convenceu por motivos óbvios pra quem acompanha o blog e sabe que nada que acontece instantaneamente me agrada, mas por isso ser algo totalmente pessoal é óbvio que não posso tratar isso como algo negativo no livro, apenas não funciona comigo e com quem não curte amores assim nem nos livros. Apesar de Rhiannon ter várias qualidades que me deixam extremamente feliz como ser boa, amorosa e corajosa, também achei ela imprudente demais em alguns momentos, mesmo sendo algo que eu não curti é o que faz com que a história e os personagem sejam tão convincentes e envolventes.
Queria que o amor conquistasse tudo. Mas o amor não conquista tudo. Ele não pode fazer nada sozinho.
Ele depende de nós para conquistar em seu nome.
Página 242
Outra frustração pra mim foi o fim, uma página a menos mudaria minha opinião, achei o capítulo final desnecessário porque eu pensava que ele iria satisfazer algo que eu busquei o livro todo e isso não aconteceu. Se ele terminasse sem aquela página, certamente eu seria mais feliz e não teria literalmente jogado o livro na parede.

Adorei a capa do livro, a diagramação e a escrita do autor, mas infelizmente faltou muito para que o livro se tornasse um dos meus favoritos. Recomendo o livro sim para todos que gostam de leituras que te façam fugir do mais do mesmo, da realidade e, que mesmo assim, te faça repensar a vida que tem e todas as lógicas da humanidade que você está acostumado a acreditar.
Toda pessoa é uma possibilidade. Os românticos incorrigíveis sentem isso de modo mais preciso, mas mesmo para os outros, o único jeito de continuar vivendo é enxergando toda pessoa como uma possibilidade.(..)
Página 266
Já leu? Gostou? Amou? Chorou? Comente comigo. 

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