Resenha: O cavaleiro fantasma




Título: O cavaleiro fantasma
Autor(a): Cornelia Funke
Editora: Seguinte
ISBN: 9788565765107
Páginas: 176
Ano: 2013
Compre: Buscapé
Skoob | GoodReads
Jon Withcroft não estava nada feliz. E quem gostaria de ser mandado para um internato bem quando a mãe tinha arranjado um namorado novo? Pois, quando chegou em Salisbury, o garoto só pensava nos acidentes que o Barba (apelido “carinhoso” pelo qual Jon se refere ao seu grande rival) poderia estar sofrendo e no que seria escrito na lápide dele caso algum escorregão fosse fatal.
Até que... na sexta noite em Salisbury, Jon descobre um novo motivo para querer voltar correndo para casa: ele passa a ser perseguido por um bando de fantasmas, que desejava nada mais nada menos que a sua morte.
Mas em vez de pedir ajuda para a mãe, Jon recorre a um outro protetor: sir William Longspee, um cavaleiro fantasma que está enterrado na catedral da cidade e que jurou, antes de ser assassinado, estar sempre ao lado dos fracos e inocentes. Ao lado de Jon e de sua amiga Ella, sir William percorre cemitérios e duela contra zumbis, lutando não só para ajudar as crianças como também para cumprir seu próprio destino. Mas, para saber qual seria esse grande mistério que ronda nosso nobre cavaleiro fantasma, só lendo a história toda.

Pode parecer estranho, mas O cavaleiro fantasma é o primeiro livro que leio da renomada Cornelia Funke. Não tem um motivo específico, sempre tive curiosidade, mas faltava a oportunidade de conferir suas obras, quando a oportunidade surgiu nesse ano, eu agarrei e só me arrependi de não ter lido nada dela antes.

O livro nos traz como protagonista Jon que sente muita falta de seu falecido pai e se sente rejeitado pela mãe e suas irmãs desde que surgiu a hipótese de Barba (apelido carinhoso que ele deu pra Mathew) se tornar seu padrasto. Pra piorar, sua mãe decide colocá-lo em um colégio interno, algo que seria o sonho de uma de suas irmãs graças a Harry Potter, mas não o dele.

Óbvio que o maior dos seus problemas ainda estava por vir e ele esquece todos os planos de vingança contra o namorado da mãe quando descobre que tem um fantasma que persegue os homens da sua família tem muitos anos e o mais apavorante é que só ele enxerga esse fantasma e todos acabam por achar que ele esta querendo chamar atenção. E nesse momento o inesperado acontece quando Ella, uma garota bonita e cobiçada na escola, diz acreditar nele e se oferece para ajudá-lo.
"Confesse, você sabe bem por que motivo você é o único que nos vê, Jon Whitcroft!", o fantasma soprou em minha direção enquanto eu ficava ali parado sem conseguir mexer nenhum dedo. "Você foi escolhido!"
Página 22

A amizade de Jon com Ella, me fez lembrar muito da amizade do protagonista de O oceano no fim do caminho - ele não tem um nome definido, só fica claro que é um menino - com Lettie. As duas meninas tem uma determinação muito parecida e alguns elementos na história me fizeram sentir um certo deja vu enquanto lia na relação dos personagens e o fato de ambos serem meio avessos a meninas até encontrá-las, mas as semelhanças acabam aí porque as histórias se desenrolam de uma forma bem diferente apesar de ambos os livros serem curtos e terem seres fantásticos.

Uma vez minha mãe me disse: “Quase sempre os melhores amigos são aqueles que conhecemos nas épocas mais sombrias, pois nunca esquecemos como nos ajudaram a sair da escuridão”. Com certeza, minha mãe não estava falando de épocas em que havia sido perseguida por um espectro vingativo. Mas acho que existem muitos tipos de situações sombrias que cada um tem que enfrentar, e é nesses momentos que precisamos de alguém como Ella para nos ajudar.
Página 104

Outros personagens que se destacam na trama são a avó de Ella, Zélia uma vovó totalmente fora do comum e que todo mundo queria ter e o próprio Barba que ensina para nós que ninguém é uma coisa só, que duas pessoas que se detestam podem sim aprender a se respeitar. Os cuidadores do internato Edward e Alma Poppewell, também dão um show a parte como pais substitutos sendo carinhosos e enérgicos na medida certa. Até fiquei com vontade de morar no internato, rs.

A narrativa é toda em primeira pessoa pelo ponto de vista do Jon, só que não o menino de 11 anos sim, mas adulto que ele se tornou. Isso dá certa maturidade a narrativa e a sensação de que ele está ao seu lado contando o que aconteceu com ele. Pra mim isso foi maravilhoso, já que a autora sabe trabalhar a forma que ele descreve cada cena de um jeito que não se perca as sensações que ele tem dos outros personagens e fique bem convincente.

A escrita da Cornelia é fantástica, disso não tenho dúvida alguma, mas isso não me impediu de ficar chateada com algumas coisas no livro como a falta de detalhamento de algumas situações e algo sobre um personagem que eu queria explicação. Por outro lado, sei que pode ter sido algo que ela quis deixar por conta da imaginação do leitor, só que isso me deixa decepcionada, eu gosto de histórias bem fechadas pelo autor, minha imaginação jamais acompanharia a dela. *chora*

Com certeza um livro para adultos e crianças, já que é uma história leve e ideal para qualquer dia que você queria algo diferente para se aventurar. Arthur amou a capa e um pouco do que falei da história pra ele. Claro que em breve, estará na lista dele de vou ler. E agora mais do que nunca, preciso ler a trilogia Mundo de Tinta, também escrita por ela que deu origem ao filme Coração de Tinta.

Esse livro foi cedido para resenha pela Editora Seguinte.

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