Resenha: Enfeitiçadas, de Jessica Spotswood (@editoraarqueiro)




Título: Enfeitiçadas
Autor(a): Jessica Spotswood
Trilogia: As Crônicas das Irmãs Bruxas - Livro 1
Editora: Arqueiro
Páginas: 272
Ano: 2014
Skoob | GoodReads
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"Antes do alvorecer do século XX, um trio de irmãs chegará a idade adulta, todas bruxas. Uma delas terá o dom da magia mental e será a bruxa mais poderosa a nascer em muitos séculos: ela terá poder suficiente para mudar o rumo da história, para suscitar o ressurgimento do poder das bruxas ou um segundo Terror."
Quando Cate descobre esta profecia no diário de sua mãe, morta há poucos anos, entende que precisa repensar seus planos. Qual será a melhor opção: servir a Irmandade, longe dos olhos vigilantes dos Irmãos Caçadores de Bruxas, aceitar uma proposta de casamento que lhe garanta proteção e segurança ou abandonar tudo e viver um grande amor proibido?
Prepare-se para se encantar com os jovens pretendentes de Cate, abominar o ódio e a repulsa que os Irmãos dedicam a meninas e mulheres, e aguardar ansiosamente pela sequência de "As Crônicas das Irmãs Bruxas".

Um dos maiores desafios da minha "vida literária" desde que entrei para esse universo de blogs é conseguir ler de mente aberta e gostar de um livro que está sendo detonado pela maioria dos blogueiros sem medo de ser feliz. E foi o que aconteceu com Enfeitiçadas, porque logo que as pessoas começaram a ler, não foi difícil encontrar criticas negativas e isso foi me deixando cada vez mais curiosa e receosa.

(...) - Ler é a fuga perfeita para qualquer coisa que a aflija.
Página 89

Em "Enfeitiçadas" somos apresentadas as três irmãs bruxas com personalidades bem diferentes. Cate por ser a mais velha e ter prometido a mãe que cuidaria das outras é a mais receosa com o mundo. Maura, a do meio, é a mais passional e inconsequente. E Tess, mesmo sendo a caçula é a mais inteligente e racional das três. Cate por ter sempre em mente a promessa que fez a mãe de proteger as irmãs, é superprotetora o que a torna chata e repetitiva em vários momentos, mas não mais chata do que a Maura que eu tive vontade de encher a cara de tapas em vários momentos.


Essas irmãs vivem na Inglaterra no século XIX e sua mãe faleceu cerca de três anos antes de onde se inicia a história deixando Cate com a responsabilidade de cuidar das irmãs e manter em segredo a condição delas de bruxas. Por quê Cate? Simples, por mais que ela amasse o marido e este fosse extremamente liberal sobre as mulheres terem acesso aos estudos - coisa extremamente proibida na época -, nunca revelou para ele que era uma bruxa por ter muito medo do que poderia acontecer com ela e suas filhas.

O Universo nunca levou meus desejos em consideração.
Página 16

Cate além de ter esse papel importante na vida das irmãs é a responsável por nos transmitir as suas dores, já que a narrativa é em primeira pessoa e confesso que o início foi difícil pra mim por não conseguir me identificar muito com ela. Por isso parei de ler por volta da página 50 e retomei apenas após ler alguns outros livros. Quando retomei devorei. Acredito que o problema é que eu já comecei a ler pensando nas chances de detestar e isso dificultou a leitura.

É revoltante o que Os Irmãos - os líderes religiosos da época, que obviamente são todos homens - fazem para oprimir as mulheres e reduzi-las a pó, mas por ser algo que realmente aconteceu em algum momento da história, eu gostei bastante da forma que foi retratado através de coisas que a protagonista descobre que os homens podem tudo e as mulheres não podem nada. Achei uma pena a autora não ter explorado mais disso com outros exemplos ou revelações mais elaboradas e impactantes.

Eu sei o que Os Irmãos diriam: A magia não é um dom do Senhor, é coisa do demônio. Mulheres capazes de fazer magia ou são loucas ou são perversas. Estão destinadas a um hospício na melhor das hipóteses, ou a um navio prisão - se não a um túmulo precoce.
Página 20

Um dos principais dilemas da protagonista é a escolha entre um pretendente que pode lhe assegurar uma vida confortável e longe das suspeitas da sociedade sobre a sua condição de bruxa ou uma paixão arrebatadora por um jovem pobre que tem tudo para despertar a ira dos Irmãos. E confesso que eu mesma demorei pra decidir, mas fica óbvio logo a escolha mais racional a se fazer mesmo que tanto Finn quanto Paul tenham me cativado pela forma que tratam a Cate.

Não escolhemos quem amamos. Nem paramos de amar quando as pessoas ficam difíceis.
Página 212

A história em alguns momentos também tem um ritmo lento por algumas decisões fundamentais para o andamento da história só acontecerem nas páginas finais e isso me incomodou bastante porque tudo foi "jogado" para o próximo livro, sendo que poderia muito bem começara ser tratado desde já. 

Por ser o início de uma trilogia, tem um papel muito mais introdutório do que qualquer outra coisa e o cumpre bem, apesar de ter momentos em que a história é um pouco parada, no final do livro nós conseguimos entender bem o papel na história de cada personagem de destaque, principalmente das irmãs diante da profecia o que me deixa muito curiosa pelo final, mesmo que ainda não tenham publicado nem o segundo livro ainda. 

Enfim, recomendo muito para quem gosta de livros sobre bruxas, mas já aviso que não espere nada parecido com outros livros com o tema como Harry Potter por exemplo, aqui os objetivos e a sociedade em que os personagens estão inseridos são outros.

Esse livro foi cedido pela Editora Arqueiro.

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