Reflexões Incomuns #3: A Amazon brasileira chegou e alavancou seus rivais


Enfim, depois de tantas especulações e sofrimento, acabou - em partes - a novela e na meia-noite do dia 05 para o dia 06 de dezembro a Amazon enfim chegou de vez ao Brasil pelo www.amazon.com.br

Inaugurou com um comunicado especial - confira aqui - falando sobre a proposta inicial da loja e as "vantagens" que o Brasil teria com a sua chegada em terras tupiniquins como no trecho abaixo: 
A Loja Kindle Brasil apresenta mais de 1,4 milhão de títulos, incluindo os líderes de vendas, e os menores preços que qualquer livraria digital no Brasil. A loja vende obras de uma ampla gama de escritores brasileiros como Jorge Amado, Lya Luft e Martha Medeiros. Os leitores também encontrarão eBooks que estão somente disponíveis na Loja Kindle, tais como a série Diário de um Banana (Diary of a Wimpy Kid, em inglês) e treze títulos publicados pelo campeão de vendas e icônico Paulo Coelho, assim como pequenas histórias compiladas em uma obra nunca antes publicada “O Livro dos Manuais”. Outros títulos exclusivos incluem livros do poeta Vinícius de Moraes, cuja obra nunca fora disponibilizada de forma eletrônica até o momento, o roteirista e jornalista Nelson Rodrigues e um eBook gratuito do cartunista Ziraldo. A loja tem ainda mais de 1,5 mil livros gratuitos em português disponíveis para download e leitura no Kindle, bem como aplicativos gratuitos de leitura do Kindle.

Eu decidi esperar um pouco para falar a respeito porque sei que no calor do momento, acabamos sempre falando apenas do que mais nos atraiu ou do que mais detestemos carregados da empolgação e não era assim que eu queria falar. Preferia amadurecer a minha idéia a respeito e observar como seria essa chegada, então se preparem pois esse não é um post #TeamAmazon e muito menos #TeamKindle
Não posso negar que eu me surpreendi com a infinidade de livros no catálogo, eu não esperava tantos no início, mas me decepcionei imensamente com os preços que chegam a ser iguais ao preço do mesmo em versão impressa que sabemos que gera muito mais custos para ser produzida.


E a outra decepção foi o Kindle, que não chegou junto com a loja e consta que estará a venda nas próximas semanas, ou seja, ainda é uma incógnita quando será a venda. O preço sugerido de R$ 299, não é tão absurdo se você levar em consideração os altos impostos do nosso amado país. Quem comprava direto da Amazon americana, pagava mais que isso nele.

Deixando de lado a parte ruim e triste da estória, tem uma parte realmente boa. Agora autores e editores independentes brasileiros, podem colocar seus ebooks a venda diretamente na Amazon pelo Kindle Direct Publishing http://kdp.amazon.com.br/ que já faz sucesso entre os adeptos do Kindle pela oportunidade de conhecer novos autores por preços acessíveis. É importante ler atentamente o regulamento deles antes de submeter suas obras lá.

Na mesma noite que a Amazon, o Google Play abriu a sua loja brasileira de livros, mas o aplicativo para Android oficial, não permite sincronizar os livros que você já possui o que o torna pouco atraente a que já estava mergulhado na realidade dos ebooks, porém pode ser melhorado em próximas versões do aplicativo afinal se a Google se lançou no mercado brasileiro, não vai querer ficar para trás.




O Kindle e seus rivais

Antes de ficar cada vez mais visível que a Amazon chegaria ao Brasil, os ereaders anteriores não conseguiram movimentar o mercado de ebooks de forma satisfatórias para pessoas como eu que pensavam em comprar um desses "brinquedinhos" se animarem pela falta de títulos em português e pelos seus preços nada atraentes. Apenas um conseguiu mexer com a nossa curiosidade, o Kobo Touch trazido ao Brasil em pré-venda no final de novembro pela Livraria Cultura e lançado nas lojas físicas no dia 05/12 - coincidentemente a data prevista para a chegada da Amazon.

Eu confesso que não conhecia o Kobo antes de seu lançamento do Brasil e que fiquei encantadíssima com o seu design porque isso o torna mais personalizável e você pode escolher uma cor que tem mais haver com seu estilo e que apesar de ser #TeamKindle fiquei dividida já que ele também tem uma tela consideravelmente similar na questão de conforto. Aí você vai falar: - Fernanda, mas e o do Gato Sabido fabricado no Brasil e que tem mais opções de cores? E eu vou te falar que o design dele mesmo assim não é atraente porque lembra os quase extintos MP4 e sua memória interna é irrisória 128 MB e por isso nunca atraiu minha atenção pelo preço que acho abusivo pelas configurações.


Falando ainda dos ereaders brasileiros, temos o Positivo Alfa que não tem nenhum atrativo nem em cores e muito menos em design mas parece saber exatamente a que veio. Sei que a Positivo não tem um nome forte em questão de hardware, porém é bem popular, mas com preço similar ao Kobo, é óbvio quem acaba ganhando, rs.


Há também outros leitores comercializados no Brasil como a TechTudo listou nessa matéria aqui, mas esses acima acredito serem os mais conhecidos e os que mais vão agitar o mercado de e-books em 2013.

Considerações finais
Enfim a Amazon chegou, mas nem de longe atendeu todas as expectativas que tínhamos em relação a sua chegada já que não vende livros físicos e nem temos previsão de quando isso vai acontecer. Se isso não bastasse, também vetou o envio de livros físicos - e outros produtos - para o Brasil como anunciou aqui a Veja, o que passa a ser mais uma tristeza para quem esteja torcendo para a chegada da loja.
Errata: soube que ainda tem gente comprando e recebendo da Amazon, sorry!
Por esses e outros motivos listados nessa matéria da Folha de São Paulo, o Kobo acaba sendo uma ótima opção pois tem um modelo muito atraente e foi trazido por uma livraria já conhecida por nós brasileiros. Além disso, os outros modelos tem previsão de serem lançados no Brasil já no primeiro trimestre de 2013, enquanto o Kindle não trouxe nem o seu primeiro modelo até nós oficialmente e muitos leitores que eu conheço já estão garantindo o modelo Touch.

Vale lembrar que é muito importante refletir antes da compra de um E-reader pois ele será seu companheiro por um bom tempo - pelo menos eu pretendo que quando comprar o meu isso aconteça - e seu preço não é algo tão singelo assim.
Os e-books ainda são caros no geral, mas só o fato de as editoras já estarem se preocupando em discutir isso pode ser considerado um avanço.
Espero ter ajudado aqueles que estão completamente perdidos com a nova realidade que é a literatura digital no Brasil.

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