Resenha: Atormentada




Título: Atormentada
Autor(a): Jeannine Garsee
Editora: Jangada
ISBN: 9781599907239
Páginas: 368
Ano: 2013
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Rinn é uma garota bipolar, que mantém o transtorno sob controle com a ajuda de medicação. Ela mora com a mãe e estuda no Colégio River Hills, onde dizem que a piscina é assombrada por Annaliese, uma adolescente que se afogou ali vinte anos antes. Quando coisas terríveis começam a acontecer aos seus colegas e não a ela, Rinn promete descobrir por que não pode ser “atingida” pelo espírito de Annaliese. Ela consegue fazer contato com o fantasma, que não se mostra nada pacífico. Ao descobrir o motivo, Rinn pede ajuda para seu namorado Nate, e elabora um perigoso plano para descobrir a verdade. Logo realidade e fantasia se confundem, até Rinn perceber que é quase impossível diferenciá-las. Diante de uma força malévola que ameaça a vida de todos de quem ela gosta, Rinn se pergunta se de fato pode confiar no que sente ou se está novamente perdendo o contato com a realidade.

Esse livro foi cedido para resenha pelo Grupo Editorial Pensamento.

Corinne, ou Rinn como é chamada pela mãe e os amigos, acaba de ser diagnosticada como bipolar e passar por uma experiência extremamente traumática quando se muda com a sua mãe Monica da Califórnia para a pequena River Hills onde sua mãe cresceu e foi uma das garotas mais populares da escola junto de sua amiga Millie, que é quem influenciou que elas se mudassem para a pequena cidade. 

Apesar de nunca ter tido uma vida social agitada na escola e nunca ter feito amigos, na nova cidade ela logo se aproxima de Tasha, filha de Millie e, consequentemente, de suas amigas Meg e Lacy. Rinn também logo é atraída por Nate que não é nada menos do que um dos garotos mais bonitos da cidade. Agora ela tem com quem almoçar na escola, com quem conversar quando não está na escola e também com quem arrumar encrenca. Isso parece bom até que ela cruza o caminho com o "espírito" de Annaliese que assombra a piscina abandonada da escola por mais de 20 anos desde sua morte.

De repente, Rinn se vê cercada de acontecimentos bizarros que simplesmente transformam a personalidade de seus novos amigos, do seu namorado e até da sua própria mãe, ela começa a tentar descobrir porque essas forças estranhas aparentemente vindas de Annaliese não a afetam e convencer as pessoas de que não é apenas fruto da sua imaginação, afinal quem acreditaria em uma pessoa bipolar e que toma remédios para não sofrer com seu distúrbio?
Eu posso esconder minha culpa assim como escondo o meu passado. As pessoas não podem ler os meus pensamentos. Ninguém nesta cidade conhece as minhas lembranças.
O que eu não posso esconder é essa cicatriz idiota. (...)
Página 58
A narrativa é toda em primeira pessoa pelo ponto de vista da Rinn e a autora é consegue nos mostrar de uma forma perturbadora e real como é difícil para uma pessoa que sofre um distúrbio como o de Rinn não só ser aceita pela sociedade, como convencer todos ao seu redor de que algo totalmente surreal está realmente acontecendo sem ser internada novamente numa clinica com a desculpa de que está enlouquecendo. Eu demorei um pouco pra ler porque tinha que parar para digerir algumas coisas que aconteciam durante a trama e porque até cheguei a sonhar com ela de tão envolvida que eu ficava com as situações que a protagonista enfrenta.
Uma coisa que eu aprendi é que, mesmo que seja considerado oficialmente louco, você não pode usar isso como desculpa para as coisas que faz. Provar que você é doente mental não lhe dá um passaporte para a liberdade.
Página 151
Se você gosta de livros de fantasia que envolvam lugares assombrados por "almas" que não se desapegaram do plano terreno por algum motivo, com certeza Atormentada é uma excelente leitura para você. Mesmo que em alguns momentos surgiram alguns clichês e alguns acontecimentos no final possam ser previstos por leitores mais atentos, ele entrou para minha lista de favoritos por abordar tão bem a bipolaridade da protagonista aliada a todos dramas típicos dos adolescentes em conjunto com toda a surrealidade de ter um "espírito" em sua volta de forma bem realista. 

A autora soube criar muito bem cada um dos personagens secundários e depois modificá-los na medida que a própria cidade muda de acordo com as tragédias que acontece. Não será difícil você parar pra pensar se aquilo tudo não poderia realmente acontecer com você ou até mesmo com seus filhos. Como não é o tipo de leitura que eu costumo fazer, foi uma ótima quebrada no ritmo que eu vinha tendo e eu adorei poder me entregar sem reservas ao livro assim.
Segurança, eu sei, não passa de uma ilusão. 
Não estamos seguros.
Ninguém está seguro.
Página 290
A diagramação é muito bacana desde a capa que fala um pouco sobre a história até o cuidado na revisão e o papel amarelado. Os capítulos são bem curtos e isso torna a leitura rápida já que se você se envolver, será literalmente sugado para a trama. Leitura recomendada mais do que recomenda, mas já fiquem avisados que se você é medroso como eu - ou até um pouco mais - esse livro vai te acompanhar em todo os lugares que você for enquanto estiver lendo e alguns dias após concluir a leitura. 

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