Resenha: Liberta-me




Título: Liberta-me
Autor(a): Tahereh Mafi
Editora: Novo Conceito
ISBN: 9788581632353
Páginas: 444
Ano: 2013
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Liberta-me é o segundo livro da trilogia de Tahereh Mafi. Se no primeiro, Estilhaça-me, importava garantir a sobrevivência e fugir das atrocidades do Restabelecimento, em Liberta-me é possível sentir toda a sensibilidade e tristeza que emanam do coração da heroína, Juliette. Abandonada à própria sorte, impossibilitada de tocar qualquer ser humano, Juliette vai procurar entender os movimentos de seu coração, a maneira como seus sentimentos se confundem e até onde ela pode realmente ir para ter o controle de sua própria vida. Uma metáfora para a vida de jovens de todas as idades que também enfrentam uma espécie de distopia moderna, em que dúvidas e medos caminham lado a lado com a esperança, o desejo e o amor. A bela escrita de Tahereh Mafi está de volta ainda mais vigorosa e extasiante.

Esse livro foi cedido para resenha pela Editora Novo Conceito.

Obs.: Antes de iniciar a leitura desse livro, é importante ler Destrua-me, que é um conto intermediário entre o primeiro livro e esse e está disponível apenas em e-book, mas não encontrei um link oficial da editora para disponibilizar aqui.
A vida por aqui não é o que eu esperava que fosse.
Página 10
Apesar de tudo que Juliette viveu em Estilhaça-me - primeiro livro da trilogia -, poucas coisas mudaram na personagem nesse livro. Ela permanece em estado de tremenda melancolia, sofrendo e se culpando. Por tudo. Quando digo tudo, é tudo mesmo, ela se culpa por estar onde está, por esconder alguns segredos do seu amado, por não se entrosar com os outros nesse novo ambiente, por se sentir destrutiva, etc. Adam e Warner por outro lado mudaram muito, poderia me arriscar até a dizer que mesmo que a protagonista seja Juliette, o livro é deles. Pode ser pelo fato de termos conhecido tanto dela no primeiro e autora quis falar mais dos outros personagens importantes para a trama nesse livro e fez isso muito bem. Uma coisa que me incomodou muito foi o triângulo amoroso. Em muitos momentos eu quis entrar no livro e encher a Juliette de tapas - e a autora também por ter inventado algumas situações. O livro seria perfeito pra mim se não fossem as babaquices de Juliette por conta disso.
(...) As más notícias não aceitam devolução depois de serem entregues.
Página 89
Se no primeiro livro a Juliette estava perdida em relação aos seus poderes, agora as coisas mudam um pouco por ela saber do potencial que pode ter em uma luta e todas as pessoas que ela conhece agora desejarem que ela saiba lidar melhor com seus poderes. Mas como a personagem amadurece muito pouco de final de um livro para o início desse, em boa parte desse, ela ainda perde muito tempo sofrendo pelo passado, sem levar em consideração todo o futuro que pode construir aprendendo a usar corretamente seus poderes. Obviamente, isso pode te frustrar um pouco, assim como me frustrou mas, graças a Deus, não é algo que te faça abandonar a leitura se você gosta da trama desde o primeiro.

Um ponto alto no livro sem dúvida são as descobertas que Adam e Warner fazem em relação a eles mesmos durante a história, sem contar que o que achávamos que sabíamos sobre eles é derrubado em algumas revelações. Eles deixam de ser apenas dois homens lindos que lutam pelo amor e a proteção dela, mostrando porque e o que os levou a serem quem são. Foi muito melhor do que apenas o triângulo amoroso e isso me fez perceber o quanto estou ficando cansada de terem essas situações nos livros.
É o beijo dos beijos que nos faz perceber que o oxigênio não é tão importante quanto dizem.

Página 102
Outros personagens também aparecem na trama para serem amados e odiados como o pai do Warner, Anderson que é um homem totalmente frio, Castle que também tem seus lados bons e ruins já que é líder do Ponto Ômega, qualquer liderança despertaria coisas boas e ruins em um homem durante uma guerra. Keiji que se mostra aqui um elo de esperança e solidariedade em tempos difíceis e um amigo indispensável para Juliette entender o que está acontecendo ao seu redor e James, que como qualquer criança dá aquele toque de inocência para quebrar as tensões e trazer esperanças.

Se você achava ao terminar Estilhaça-me que a guerra havia começado, se engana. Tahereh começa a guerra de verdade contra o Restabelecimento a partir desse livro através das escolhas de cada personagem e do jeito que a história se desenvolve diante das escolhas de cada um deles. Tudo isso começou a ficar claro pra mim a partir da leitura de Destrua-me que é o conto entre o primeiro livro e esse. 

A autora nos mostra claramente que ninguém é uma coisa só, que todos temos lados bons e ruins, envolvendo o leitor nessas questões através da narrativa em primeira pessoa pela visão triste e melancólica de Juliette. Ela nos mostra que estamos condicionados a ser aquilo que aprendemos desde cedo, mesmo quando o nosso coração venha a ficar em dúvida por algo além disso. Se você se sentiu incomodado com a tristeza de Juliette no primeiro livro, pense bem antes de prosseguir com a trilogia, pois nesse quesito, pouca coisa muda e, por ela ainda narrar, pode ser algo que deixe a desejar pra você.
(...) Porque Warner é bonito de uma forma que nem mesmo Adam é.
Porque Warner não é humano.
Nada nele é normal. 
Página 135
Na questão da diagramação, apesar de a capa não ser tão bonita quanto eu queria, a parte interna tem um trabalho bacana com a fonte de um tamanho confortável e poucos erros de revisão no texto. Se você está com ele na estante e ainda não leu, vá fazer isso agora, mas faça ciente de que vai ficar preso nele até terminar e, que o final pode te deixar louco pelo último livro da trilogia.

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