Título: Quando eu era vivo
Elenco: Sandy Leah, Antônio Fagundes, Marat Descartes
Direção: Marco Dutra
Gênero: Suspense/Terror/Drama
Duração: 109 min.
Distribuidora: RT Features
Classificação: 12 Anos
Estréia: 31/01/2014
Júnior (Marat Descartes) volta a morar com a família depois que perdeu o emprego e se separou da esposa. Ao chegar na casa que um dia já fora seu lar, ele se sente um estranho e passa seus dias no sofá do velho Sênior (Antônio Fagundes) remoendo a separação, o desemprego e sonhando com a jovem inquilina Bruna (Sandy). Após achar alguns objetos que pertenciam à sua mãe, Júnior passa a querer saber tudo sobre a história da família e desenvolve uma estranha obsessão pelo passado, passando a confundir delírio e realidade.
Junior retorna para a casa do pai arrasado após perder o emprego e ser abandonado pela esposa. Inicialmente fica grato ao pai por recebê-lo, mas também é um tanto negligenciado na casa pois a inquilina do pai Bruna, ocupa seu antigo quarto e ele terá que se contentar com o sofá. Apesar desse apartamento ter sido seu lar na infância, pouco resta de sua antiga vida ali já que seu pai retirou o máximo de lembranças possíveis de sua falecida mãe, o que não impede que ele tente recuperar essas lembranças. No meio dessa obsessão de Júnior em reviver seu passado com o resgate desses objetos "perdidos", vamos conhecendo a sua misteriosa mãe através de objetos e VHS's encontrados pela casa que ele assiste incansavelmente.
Baseado no livro A arte de produzir efeito sem causa, de Lourenço Mutarelli o filme é uma aposta diferente no cenário nacional do cinema por trazer nuances de terror/horror no seu enredo, algo que ainda é pouco explorado no país. Além de contar com a participação de Sandy em algo completamente novo em sua carreira. Mesmo que a personagem não seja muito distante da imagem angelical dela já definida em nossas mentes, ao longo da trama ela surpreende.
Lourenço Mutarelli em cena do filme (fonte) |
Confesso que eu não sabia o que esperar ao encontrar em cena Marat, Fagundes e Sandy, talvez por isso eu tenha ido conferir com certo receio, mas no decorrer do filme fui fisgada por algumas peculiaridades e me surpreendi. O modo como todo o cenário foi cuidadosamente construído para transmitir essa relação delicada e defeituosa entre pai e filho pode até não arrebatar, mas te deixa curioso já que a inserção de elementos no cenário é constante, chegando até a ser nostálgica por trazer elementos que povoaram a infância de muitos.
Marat, Fagundes e Sandy juntos em cena do filme (fonte) |
A transformação do Junior ao longo da trama conforme vai recuperando objetos e memórias do seu passado é acompanhada de uma transformação de cenário que sem dúvida ajuda a dar o tom certo para os acontecimentos. Eu que raramente fico observando a fotografia, fiquei admirada com a forma que o trabalho foi feito para que tudo se encaixasse perfeitamente as abordagens sobre ocultismo e as crendices populares que estão sempre direta ou indiretamente presentes em nossas vidas.
A atuação de Sandy na pele da estudante de música Bruna, não chega a ser brilhante só que também não tem a necessidade de ser já que a personagem, como definida por ela mesma na coletiva, não é diretamente parte dos acontecimentos só acaba sendo absorvida pelas circunstâncias já que mora na casa.
Sandy na pele da personagem Bruna (fonte) |
Apesar de todo esse enredo promissor e atuações excelentes de Marat que consegue nos convencer da trajetória absurda do personagem, senti falta de várias coisas no desfecho e não posso dizer que fiquei completamente satisfeita com o resultado, mesmo que tenha ficado envolvida por ele enquanto assistia. Ainda pretendo conferir o livro para saber se o mesmo acontece por lá, mas acho difícil. Vale ressaltar também, que apesar de estar classificado como terror, o filme não é carregado de cenas fortes nesse aspecto, é mais o terror psicológico que vai ficando cada vez mais presente conforme a história avança.
Helena Albergaria em cena revelando parte do passado dos personagens (fonte) |
Por ser um filme de baixo custo e ter sido rodado em apenas 18 dias, surpreende por não deixar muito a desejar na produção de toda a obra se compara a outros filmes nacionais, provavelmente isso se deve ao comprometimento e interesse por parte de toda a equipe e só por isso, já merece ser conferido.
Confira o trailer:
Curiosidade: as cenas que aparecem em VHS no filme, foram filmadas pelos próprios atores e não sofreram tratamento de imagem para a edição do filme.
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