Resenha: Sociedade dos meninos gênios, de Lev AC Rosen




Título: Sociedade dos meninos gênios
Autor(a): Lev AC Rosen
Editora: Novo Conceito
Páginas: 544
Ano: 2014
Skoob | GoodReads
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Chantagem, mistério, confusões de gênero, coelhos falantes e um assassino autômato: mergulhe na trajetória de Violet Adams, que assume a identidade de seu irmão gêmeo para conseguir uma vaga na mais prestigiada universidade de Londres, que é exclusiva para meninos. Inspirado em clássicos como Noite de reis, de Shakespeare, e A importância de ser honesto, de Oscar Wilde, Sociedade dos meninos gênios traça um retrato pitoresco e provocativo da aristocracia vitoriana, oferecendo diversão, aventura e uma reflexão bem-humorada sobre a questão do gênero.

Não me considero apaixonada por steampunks, mas gosto bastante da proposta do gênero e estou feliz que estejam chegando cada vez mais títulos ao Brasil. Por isso quando soube da publicação desse pela Novo Conceito, fiquei super feliz achando que o livro iria se tornaria um favorito, mas isso não aconteceu.

Violet Adams é sem dúvida uma menina extremamente inteligente, apaixonada por engrenagens e tudo que cria com elas no seu laboratório em casa. O problema é que sua mente é brilhante demais para aceitar as limitações impostas a ela pela sociedade e isso faz com que ela e seu irmão gêmeo tracem um plano para que ela estude por um ano em Illiryria, uma famosa escola de Londres que aceita apenas meninos, o que leva Violet a se passar por seu irmão Ashtom para conseguir a vaga.

(...) Todos somos mais do que a sociedade diz que somos, mas se é para a  sociedade nos chamar de alguma coisa... e ela vai chamar... então podemos muito bem escolher. (...)
Página 71

Para manter o plano, contará também com o apoio de Jack, um amigo de infância que vai ajudá-la a lidar com as diferenças de atitude e a se portar como um verdadeiro cavalheiro, sempre policiando os seus modos. Só que ela não contava que o destino pregaria uma peça no seu coração em um momento tão inapropriado e nem que poderia despertar paixões indesejadas, no que será que tudo isso vai dar?

A proposta do livro é muito promissora, me fez pensar em várias possibilidades para o desenrolar da história e dos personagens, mas conforme eu fui avançando a leitura percebi que não era nada do que eu esperava. Isso porque não levei em consideração os livros citados como "referência" na sinopse, só as risadas prometidas que nem chegaram perto de acontecer. Até agora praticamente duas semanas após terminar a leitura eu estou procurando toda a diversão que a história prometia e não encontrei.

Como nem tudo está perdido, a história tem personagens muito bem desenvolvidos e reais. Não seria difícil achar moças como Violet, Cecily e também sua dama de companhia Miriam no século XIX querendo ser mais do que apenas esposa de alguém ou aquilo que a sociedade esperava delas. Elas são mocinhas que querem ser reconhecidas pelas suas ideias e sua inteligência, ter o mesmo direito criativo que os homens, entre outras coisa e isso é muito bacana. O disfarce de Violet na escola também foi construído pelo autor de forma clara que não confunde o leitor ainda mais que ela conta sempre com a ajuda do Jack.

O que me incomodou muito foi a forma que os propósitos iniciais da protagonista se perdem no decorrer da sua trajetória e sobre mistérios que o autor começa a trazer para a história, mas no meu ponto de vista, não foram bem explicados por mais que tenham tido seu desfecho. Para um livro de 544 páginas eu esperava sair satisfeita dele, mas fiquei com vários 'por quês?' quando terminei de ler e não gosto disso. Se tivesse tido menos detalhamento mecânico e descrições sobre máquinas e mais detalhamento desses mistérios que assombram a escola, a história poderia ter sido muito mais rica. Eu sei que pelo fato de a escola abrigar jovens inventores, isso faz parte da história, mas poderia ser abordado de forma mais sucinta para que o mistério fosse melhor trabalhado.

Também me incomodei com algumas passagens de tempo, a forma que o autor usa para falar sobre o decorrer dos meses em alguns momentos ficou meio vaga talvez por ele querer abordar tantos assuntos em um livro único. Talvez se a história fosse dividida em dois livros ele poderia ter dado uma atenção mais bacana a tudo.

A narrativa é toda em terceira pessoa e não poderia ser melhor pois dá uma visão ampla de tudo que acontece na escola sem que o leitor se perca com tantos personagens que participam da história. Também facilitou a abordagem sobre o preconceito que as mulheres enfrentam e como alguns homens as tratam de forma inferior, em primeira pessoa talvez não ficasse tão claro.

A diagramação ficou muito boa, gostei da capa que diz muito sobre a protagonista e os principais elementos da história que são as suas criações. Apesar de algumas coisas terem me incomodado, acredito que o livro pode agradar a maioria das pessoas já que envolve o leitor muito bem, é que eu (in)felizmente  fico sempre ligada em alguns detalhes e observo de perto para que tudo se resolva, quando isso não acontece fico muito frustrada, mas não deixa de merecer uma chance de ser lido.

Esse livro foi cedido para resenha pela Editora Novo Conceito.

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