Resenha: A Playlist da Minha Vida, de Leila Sales (@GloboLivros)




Título: A Playlist da Minha Vida
Autor(a): Leila Sales
Editora: Globo Livros
Páginas: 312
Ano: 2014
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Elise não se impressiona com desafios. Na verdade, ela adora quando eles aparecem. Durante sua vida, esteve sempre envolvida com alguma coisa realmente difícil de suportar.
Ao completar quinze anos, ela assume um desafio ousado: tornar-se uma pessoa legal. Só que ela não chega nem perto disso, e a vida social da garota consegue ficar pior do que já era.
Até que durante uma madrugada, após um dia péssimo na escola, ela saí para caminhar pela cidade e encontra um galpão onde está rolando uma gesta. É este o lugar que vai abrir a porta para um mundo que ela jamais sonhou que existisse. Um mundo do avesso, no qual, durante a noite, uma estudante sem graça tem a chance de se divertir sem ter que fingir ser alguém que não é.

Esse é um livro para adolescentes, se você não gosta do gênero te desaconselho a continuar lendo a resenha, dessa vez não vou te fazer mudar de ideia, pelo contrário, caso você resolva continuar vou te provar que estava certo(a) desde o princípio.

Elise é uma típica adolescente excluída e desajustada socialmente, não sabe lidar com convenções sociais, não entende porque tantas regras foram criadas e muito menos sabe como lidar com elas! Ela não é a garota bonitinha que coisas ruins ocasionalmente acontecem, ela é a garota errada, a excluída, a rechaçada, aquela sofreu tanto com a crueldade escolar que perdeu a fé em si mesma. Essa é a Elise.

Existem todas essas regras que você precisa seguir simplesmente para ser alguém. Sabe como é? Você deve carregar uma bolsa, não uma mochila. Você deve usar bandanas, ou não bandanas. (...) Você não deve ficar com um garoto, mesmo que ele queira isso. Eu não entendo essas coisas. Há muitas regras e elas não fazem o menor sentido. E não consigo aprender a lidar com todas elas.
Página 204

Bom, agora que vocês conhecem a Elise creio que o único detalhe relevante a ser relatado é que os pais dela são separados e dividem a guarda dela, durante alguns dias ela fica com o pai e outros com a mãe.

Certa quinta-feira, ela precisa ficar na casa da mãe quebrando a agenda que todos concordaram em manter, depois da meia-noite ela decide dar uma volta pela cidade e acaba entrando em um beco e se deparando com um novo universo, um lugar onde todos devem esquecer como são normalmente e mostrar uma nova face de si, a face que gostariam de poder mostrar sempre, mas por algum motivo não podem. Assim, Elise consegue se encontrar, mas por quanto tempo ela será capaz de preservar esse mundo, impedindo que as dores dos seus dias entrem ali você vai precisar ler para descobrir.

Gostaria de apenas poder dizer ‘eu amei esse livro com todas as minhas forças’ e não sei se vou conseguir explicar o quanto ele foi importante para mim, mas acredito que só essa sentença não é capaz de exprimir o quanto ele foi significativo para mim. Sei que já não sou uma adolescente, mas os conflitos enfrentados pela protagonista são exatamente o que sinto e senti quando tinha a idade dela! Em vários momentos precisei parar a leitura para respirar e me lembrar que é só ficção, não sou eu sendo relatada. Se você é uma adolescente que vem enfrentando uma fase difícil, aconselho seriamente a leitura, ela vai te mostrar que as coisas podem melhorar.

As pessoas acham que sabem que você é. Elas sabem de algumas poucas coisas a seu respeito e junta essas peças de uma forma que faça sentido para elas. E, se você não se conhece muito bem, pode até acreditar que elas estão certas. Mas a verdade é que essa imagem não representa quem você é. Ela não tem nada a ver com você.
Página 270

O livro é uma leitura fácil, a escrita da Leila fluí muito muito bem, a história é bem construída, não vi buracos na trama, tudo o que precisava ser explicado para tornar a história crível foi explicado. Apesar de ser um livro americano a história não é algo que só é possível nos Estados Unidos, ela é algo que poderia acontecer em qualquer lugar, dadas as devidas alterações. Não é um infanto chato que é focado no draminha, geralmente patético, da protagonista, que passa metade do livro reclamando que é desajustada e a metade seguinte tentando se adequar e no final decide que no começo é que ela tava certa, não tem a quantidade de humor que ‘O diário de uma garota nada popular’ tem, não vai te fazer dormir ou querer jogar o livro pela janela, porém acredito que é um daqueles livros que só atinge a sua mensagem no público algo.

Como diria o pensador indiano Shiyali Ranganathan em uma das cinco leis da Biblioteconomia, ‘para cada livro há um leitor’ e creio que esse é um desses livros, a mensagem principal e a vida da adolescente são coisas que só fazem sentido para quem pertence aquele nicho, mas bom, se você é como eu, que já está quase nos 20, mas metade da cabeça nos 15 e a outra no casamento, então bom, talvez esse livro te agrade, como eu acredito que não existem tantas pessoas assim no mundo, então continuo o recomendando para adolescentes.

- Eu sempre meio que torci pra que o pessoal da faculdade fosse mais maduro que o do ensino médio – comentei.
- Eu queria acreditar que existe algum lugar no mundo onde as pessoas são mais maduras que no ensino médio, só que ainda não encontrei.
Página 134

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