Resenha: Entre a mente e o coração

Título: Entre a mente e o coração

Subtítulo: Coleção Despertares
Autor(a): Lycia Barros
Editora: Altitude
ISBN: 9788577670369
Número de páginas: 323
Ano: 2011
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Rico sempre foi um cara com muitas facilidades. Lindo, charmoso e inteligente, sempre conseguiu tudo que desejava até sofrer o seu primeiro grande baque amoroso. Ao perder Angelina, ele deseja recomeçar a sua vida do zero, com uma mudança completa, tanto de fé quanto na sua postura. Porém, sua trajetória não será tão fácil quanto ele imagina. Há algumas tentações e fraquezas que ainda o perseguem. Como Amália, sua ex. Rica, deslumbrante e poderosa, Amália não está nem um pouco disposta a desistir de tê-lo de volta. Mas Rico está decidido a retomar as rédeas da sua vida.O que ele não contava, é que iria se apaixonar novamente durante a sua jornada por uma missionária, e que iria ser lançado num desafio inimaginável por causa do segredo que Ana carrega. Será uma batalha entre a mente e o coração, que, se vencida, fará Rico transpor enormes barreiras e compreender finalmente o significado do amor e fé verdadeiros.

Minha opinião

Esse livro foi cedido pela Editora Danprewan para resenha.

Obs.: Como o livro é o segundo da Coleção Despertares, pode conter spoiler sobre o primeiro livro A bandeja que você confere a resenha aqui.

O livro narra a trajetória de Rico, a partir do término difícil de seu relacionamento com Angelina e o início de sua conversão cristã. Ele está muito desolado por ter perdido a sua amada mesmo após ter se esforçado em sem transformar em um cara melhor, mas sabe que é preciso levantar a cabeça e seguir adiante com a sua vida. Também dispensou Amália, a ricaça que manteve a sua boa vida financeira durante longos anos. E é em meio a essa fase de transição que ele conhece a jovem missionária Ana, que o ajuda a encarar melhor os desafios e a entender como manter a fé em momentos tão difíceis, o que acaba fazendo com que inesperadamente ele se apaixone por ela. Porém, Ana guarda um segredo que pode ser um grande obstáculo para que os dois consigam ser felizes juntos. 

(...) Nem tudo qe perdemos é para nosso mal. Deus é sábio e todos os seus planos. Algumas perdas nos ajudam a crescer e evitam novos erros.

Página 25

O protagonista Rico (Alderico Schmitz) é um homem atraente e que sempre teve as mulheres aos seus pés, mesmo após se tornar um rapaz religioso, mas está tão focado que procura não prestar atenção nas investidas que as mulheres fazem e isso eu achei admirável nele, porque achei que seria algo que ele enfrentaria mais duramente depois de tantos anos acostumado a ter todas as mulheres, ainda mais que Amália não para de cercá-lo de todas as formas.

Seu amigo Arthur (por que logo esse nome? rs), acha que tudo que ele está fazendo é uma bobeira quando vê que ele está encantado por Ana, mesmo ela não lhe oferendo os prazeres que ele tanto gostava e a autora conseguiu desenvolver muito bem tudo isso, sem deixar dúvidas ao leitor.

Chateado, fiquei meditando no por que de tanto mistério. O mesmo mistério que tinha me deixado obcecado, agora me deixava intrigado.(...)
Página 167

Já o mistério que a Ana carrega, me incomodou muito. Acho que porque eu esperava algo mais complexo, que envolvesse decisões, não consegui aceitar que era só aquilo uma coisa simples de ser dita e que ela sendo uma pessoa tão corajosa, ao meu ver poderia ter falado desde o início. Claro que algumas pessoas podem achar o contrário, mas no meu modo de encarar a vida, não era algo a ser escondido tanto e por tanto tempo, mas entendi as razões da personagem mesmo não aprovando muitas atitudes que ela teve durante a estória.
Tudo na estória gira em torno da transformação de Rico, suas provações e sua busca para descobrir o que Ana esconde para que eles possam romper essa barreira e ser felizes juntos.

A fé é a certeza das coisas que se esperam, e a prova da coisas que não se veem. 

(Hebreus 11:1)

Página 285

Como sempre, a escrita da Lycia é viciante e imprevisível e a autora consegue transmitir mensagens de fé em meio a uma estória que pode encantar também pessoas que não são religiosas por não ser um livro de pregação e sim que transmite o cotidiano de um jovem e suas escolhas. A estória é narrada pelo ponto de vista do Alderico (Rico) de forma tão realista que preciso parabenizar a autora, pois não deve ter sido fácil pensar como um homem por 300 páginas e transmitir seus sentimentos, são encontrados poucos erros de revisão que não incomodam a leitura e apesar das páginas serem brancas (eu particularmente não gosto muito), a diagramação é confortável pelo tamanho das letras.

Como já citei acima, o livro é uma continuação de A bandeja, mas como as estórias são independentes é possível se aventurar por esse sem ter lido o primeiro porque tudo vai sendo explicado durante a trajetória do personagem. Recomendo a leitura para quem gosta do gênero ou tem curiosidade de entender como as pessoas cristãs encara alguns obstáculos encontrados pela vida.