Resenha: Ela é uma fera




Título: Ela é uma fera
Autor(a): Marina Carvalho
Editora: Novo Conceito
IBSN: 9788581633305
Páginas: 155
Ano: 2013
Skoob
Esse livro está disponível apenas em formato digital (e-book)
No interior de Minas Gerais, Clara, uma menina de traços delicados, rosto de porcelana e cabelos dourados tem muitos admiradores, inclusive Henrique, o menino mais popular da escola que fará de tudo pra poder sair com ela, inclusive trapacear... É que o pai de Clara colocou na cabeça que sua filha mais nova só poderá sair com um menino depois que sua filha mais velha, Carolina, arrumar um namorado. Parece simples: basta que Henrique arrume um “namorado” para Carol e siga com seu sonho de ficar com Clara. Determinado, Henrique arruma o tal namorado para Carol: Pedro, o badboy. Mas o que nem Henrique, nem Clara, nem Pedro imaginavam é que a intragável Carol iria se comportar como uma insuportável ao lado de Pedro — e jogar água em todos os planos de romance de Henrique e Clara. Caberá a Pedro dar um bom resultado a esta situação, mas será que ele vai conseguir conquistar o coração de gelo de Carol e, finalmente, domar a megera? 
Ela é uma fera! é uma releitura escrita pela autora Marina Carvalho do clássico A Megera Domada de William Shakespeare

Eu não pretendia escrever sobre esse livro, mas as ideias ficam latejando tanto na minha mente que resolvi parar de fugir e falar logo a respeito. Esse foi meu primeiro contato com a autora, não li o outro livro dela então se você espera encontrar comparações entre um livro e outro, pode parar de ler por aqui.

Em Ela é uma fera, conhecemos as irmãs Carolina e Clara, que são filhas de Batista, um homem bondoso que faz o possível para cuidar sozinho das filhas desde que foi abandonado pela esposa. É claro que as meninas não facilitam a vida do pai e vivem em pé de guerra, já que a caçula Clara não pode viver a vida como deseja enquanto sua irmã não arrumar um namorado e isso a deixa extremamente frustrada. Carolina não sente também nenhuma necessidade de facilitar a vida da irmã fazendo companhia pra ela nos lugares que ela quer ir por achar que a irmã precisa largar essas futilidades de lado e amadurecer. Enfim, elas são totalmente diferentes, mas como o pai impôs essa regra de que a liberdade de uma depende da outra, as diferenças ficam muito mais evidentes do que as semelhanças como seria em outra situação.
Por que Clara e Carolina não podiam se amar? Por que precisavam estabelecer tantas barreiras, impedindo um relacionamento fraternal comum, ou seja, com algumas brigas sim, mas não se odiando dia após dia?

Página 20
Henrique, o menino mais gato e popular da escola, sabe toda a situação que envolve as irmãs e por isso contrata Pedro pra ajudá-lo com o impasse, fazendo com que Carolina se apaixone por ele e, consequentemente, poderá conquistar sua irmã. Claro quando se envolve emoções, as coisas não poderiam sair exatamente como o planejado e não depende só de Pedro para que tudo dê certo, ele também vai precisar jogar seu charme. Será que ele vai convencer Clara?

Uma coisa que me incomodou bastante durante a leitura foi a criação da personalidade de cada personagem, achei muito incoerente quando comecei a refletir a respeito e isso me deixo muito incomodada. A começar pela Clara que apesar de ser totalmente  presa pelo pai é uma das garotas mais populares da escola e Carolina com uma personalidade forte ser uma pessoa tão sozinha e reclusa, faltou a autora evoluir mais isso pra ser mais convincente. Pedro e Lucas também tinham tudo para ser um grandes personagens, mas foram igualmente mal aproveitados e isso me fez terminar a leitura totalmente descontente.
- Por que se esconde, Carol? Você não é o que as pessoas dizem. Disseram-me que era brusca, desagradável, uma megera. Agora vejo que era tudo mentira. Acho você deliciosa, apaixonante, perfeita.

Página 78
Outro impedimento foi a evolução da história, os conflitos foram mal explorados, a história em si ficou corrida e eu senti falta de algumas coisas serem melhor explicadas, um exemplo disso foi a história do Pedro (que foi o personagem com mais potencial na história pra mim), que é cheia de mistérios no início e a autora tenta esclarecer tudo em uma pequena passagem, teria tudo pra ser a cereja do bolo da história, e não foi. Só que fico em dúvida se não a história originalmente escrita pela Marina não foi reduzida para ser lançada em formato de e-book e se tornar mais atraente em poucas páginas.

A narrativa é em terceira pessoa e como são muitos personagens para serem mostrados eu acredito que poderia ser melhor aproveitada em primeira pessoa e dividida entre as duas irmãs pra permitir que o leitor se aproximasse mais delas e entendessem melhor as personagens. 

Recomendo a todos que gostam da escrita da Marina ou queiram apenas conhecer a forma dela escrever como foi o meu caso. Apesar de não ter sido uma leitura que eu tenha apreciado muito, ela foi bem dinâmica e consegui terminar em poucas horas. Como o livro é em e-book, não tem muito o que falar sobre a diagramação, só parabenizar a editora por não ter encontrado palavras erradas ou fora de contexto durante a leitura.

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