Resenha: O projeto Rosie



Título: O projeto Rosie
Autor(a): Graeme Simsion
Editora: Record
ISBN: 9788501402219
Páginas: 320
Ano: 2013
Skoob | GoodReads
Perto de completar 40 anos, o peculiar professor de genética Don Tillman havia desistido do amor. Para acompanhar sua rotina severamente cronometrada, com esquema de refeições padronizadas, um cronograma para a execução de cada compromisso (inclusive para a prática de exercícios físicos antes de dormir) e lidar com sua falta de habilidade social, só mesmo a mulher perfeita. E ele já sabe como encontrá-la. Ou pelo menos acha que sabe. Ele desenvolve o projeto Esposa Perfeita, um questionário meticuloso que irá ajudá-lo a selecionar candidatas adequadas a seu estilo de vida. Mas quando Don conhece a jovem Rosie Jarman ele descobre que nem tudo na vida pode ser programado... e que o amor pode, de repente, vir a seu encontro.

Esse livro foi cedido para resenha pelo Grupo Editorial Record.
Quem me acompanha no twitter sabe que comecei essa leitura cheia de ressalvas porque todo mundo estava rindo e amando tanto - quando isso acontece, sempre me decepciono -, mas felizmente o livro me agradou do começo ao fim. Eu amei o livro pela capa desde que vi ele na livraria, ela é muito bonita, nenhuma imagem consegue passar o que ela é pessoalmente e também pelo jeito de ser de Don que a sinopse mostra que me deixou intrigada.
(...)Os seres humanos muitas vezes deixam de enxergar o que está perto deles e que parece óbvio para os demais.
Página 98
Don Tillman, além de um ótimo geneticista, é um solteirão convicto, que no auge dos seus 39 anos já sabe que tudo que precisa pra ser feliz é uma rotina já estabelecida que faz com que ele supere suas necessidades mentais e biológicas diárias de forma eficiente. Ele não é fora dos padrões apenas nisso, mas em muitos outros sentidos, e o que mais marca é o fato dele sempre procurar o correto em tudo. Até então nada de anormal pois tem algumas pessoas no mundo que você conhece assim, né? Engano seu, já que ele é extremamente racional e pouco emocional, e foi isso que me ganhou nele. 
- Durante toda a minha vida fui criticado pela minha suposta falta de emoções, como se isso fosse um defeito absoluto.(...)
Página 150
O fato de Don nunca se ajustar na sociedade e sempre estar fora do esperado, mas superar todos os obstáculos que a vida impõe de uma forma tão inusitada emociona - ok acho que emocionou a mim e poucas outras pessoas. Mesmo quem não sofreu bullying, vai ver alguém que conheceu ou até mesmo a se encaixar, em algumas situações que ele viveu conforme ele lembra e cita ao longo dá história.

Quando ele iniciou o Projeto Esposa, em busca de uma mulher perfeita para passar o restante da vida ao seu lado, de acordo com as expectativas dele e Rosie, que é totalmente fora disso, cruzou seu caminho, já sabia que fortes emoções viriam pra mim. Vocês não leram errado, não ri mas me emocionei muito. Eu fiquei frustrada comigo mesma por não conseguir achar graça de nenhuma das coisas que aconteciam com ele, mas isso foi compensado com o brilhantismo do autor em construir um personagem complexo, leve e que agradasse todos os leitores.
- Gene me mandou a mulher mais incompatível do mundo. Uma garçonete. Atrasada, vegetariana, desorganizada, irracional, nada saudável, fumante - fumante!, com problemas psicológicos, que não sabe cozinhar, é matematicamente incompetente, com uma cor de cabelo artificial. Acho que ele estava fazendo uma brincadeira comigo.
Página 76
A história não é só Don e Rosie, tem também o casal de amigos dele, Gene e Claudia, que são um ótimo pano de fundo perfeito para a história pois vivem algo muito diferente do que Don espera para a vida dele. E a amizade é assim, mesmo com diferenças tão grandes de comportamento as pessoas se aceitam. Os dois são ótimos pra Don, mas tem um relacionamento tão inusitado que rende muito a ser refletido.

A narrativa é toda em primeira pessoa por Don, por isso algumas situações por mais absurdas que sejam, mas que façam você se identificar por alguma razão, fazem com que você mergulhe na história. Mesmo eu não tendo favoritado, posso dizer que foi uma das melhores leituras do ano sem medo porque refleti muito com o personagem e acredito que ele tem o que ensinar para cada pessoa que lê. Com certeza, leria outro livro de Graeme Simsion sem precisar de nenhuma indicação, ele escreve muito bem e cativa.



O que dizer do final? Difícil, inesperado, emocionante e, acima de tudo, com uma lição bonita. Só não favoritei porque algumas coisas que foram tratadas tão sutilmente que podem até passar despercebidas e eu queria que fossem mais explícitas. Sou apaixonada pela capa - como disse já no começo da resenha - que traz muito dá história nela, os capítulos são medianos, não encontrei erros no texto e a leitura flui muito bem. Recomendo que leiam, se divirtam e aprendam com Don.

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