Título: Um tango para Alice
Autor(a): Tamara Ramos
Editora: Ársis
ISBN: 9788566766004
Páginas: 140
Ano: 2013
Skoob
O destino cruza a vida de duas mulheres completamente diferentes fazendo cair por terra todos os preconceitos morais, os pudores e o bom senso convencional compactuado pela sociedade. Maria, uma mulher aparentemente frágil desprovida de sensualidade e atolada em frustrações, vê sua vida mudar completamente quando observa pela primeira vez uma mulher intrigante dançando o tango numa casa noturna de Buenos Aires. Num impulso instintivo e irracional, Maria deixa seu casamento, sua casa, seu trabalho e seu país para ir ao encontro de Alice, uma prostituta argentina que oferece a ilusão do prazer em troca de dinheiro. Uma jornada em busca do autoconhecimento, a troca de sexos, a integralização do masculino e do feminino num corpo de mulher. Um Tango para Alice abre a caixa preta de nossos desejos mais inconfessáveis levando tanto os personagens quanto o leitor à beira de um abismo profundo. A influência do estudo da psicanálise levou a autora a impregnar a obra de elementos eróticos e a enfrentar seus maiores tabus no campo da sexualidade. Essa obra irá encantar os amantes de Almodóvar e da escritora francesa Anais Nin.
O livro trata das descobertas de Maria, uma jovem que vê sua vida virar de ponta cabeça em sua lua de mel ao vislumbrar uma bela mulher dançar um tango de forma totalmente ousada em Buenos Aires. A forma como a mulher dança e se entrega a deixa tão fascinada que a partir daí, ela não consegue ser mais a mesma com ninguém, nem com ela mesma e, a partir de então, ela já não quisesse mais voltar pra casa e ser a mesma que foi até a ali.
Não há para mim nada mais sensual, intenso e inteiro como o movimento corporal do que um tango argentino.Mas é claro que ela não se entrega de cara a todas as suas vontades e entra em um período de tristeza e negação total, o casamento vai desabando pouco a pouco, até o dia em que ela assume o quanto aquilo tudo mexeu com ela, toma coragem para largar o marido e se mudar pra Buenos Aires em busca daquela que anos atrás despertara todos os desejos possível e impossíveis nela. Para entender um pouco esse fascínio que Alice exerce, - que eu encaro como obsessão, rs - ela começa a ter aulas de tango.
Página 7
- O tango é a dança dos corpos entrelaçados, é a dança da sedução, do amor explicito, da paixão pelo erótico.Página 33
Com certeza um dos livros mais interessantes que já li que trata sobre a sexualidade humana e as formas como nos omitimos de nós mesmos mesmo que de forma inconsciente, é assim que posso definir Um tango para Alice. Antes que você pense que é apenas um livro falando sobre descobertas homossexuais, já te aviso que o livro é muito mais que isso, fala sobre descobertas pessoais, sobre até onde somos capazes de mascarar nossos medos e desejos mais profundos para viver de forma que as pessoas esperam que sejamos. Maria, nada mais é do que uma mulher - como tantas outras - que busca nos outros algo que só ela pode se dar, o prazer de ser o que ela quer ser.
Quando ela assume outra personalidade e troca seu nome para Isabelle, assume seu lado obcecado por Alice - a bela moça do tango - e passa a ser o que ela realmente acha que precisa ser, para depois perceber que ela é muito mais que aquilo. Além da Alice, outro personagem que a ajuda nisso é o jovem pintor Pablo, mesmo que o primeiro encontro dos dois não seja algo encantador, eles aprendem um com o outro que para ser feliz, é preciso estar bem com você mesmo e fazer aquilo que gosta.
Quando ela assume outra personalidade e troca seu nome para Isabelle, assume seu lado obcecado por Alice - a bela moça do tango - e passa a ser o que ela realmente acha que precisa ser, para depois perceber que ela é muito mais que aquilo. Além da Alice, outro personagem que a ajuda nisso é o jovem pintor Pablo, mesmo que o primeiro encontro dos dois não seja algo encantador, eles aprendem um com o outro que para ser feliz, é preciso estar bem com você mesmo e fazer aquilo que gosta.
(...)Por que temos tanta dificuldade em deixar pra trás aqueles que não nos amam? Somos todos masoquistas crônicos? Lembro-me de um conselho de minha avó: não mostre seu interesse aos homens, pois é dessa forma que irá conquistá-los.(...)A narrativa é em primeira pessoa, mas vez ou outra derrapa pra terceira, algo que eu não consegui entender o motivo, mesmo relendo os trechos que isso acontece. Se isso é alguma técnica de escrita e você souber a respeito, deixe aqui nos comentários que eu faço um update na resenha. O bacana é que pelo livro ser curto e os capítulos serem breves, a leitura flui rapidamente. Apesar de ser um livro curto, ele cumpre a reflexão que promete logo no prólogo e a autora consegue envolver o leitor a ponto dele se sentir como Maria, como Pablo, como Alice... enfim, nos faz perceber a essência de cada personagem e o que ele tem para nos ensinar. Recomendado como uma leitura reflexiva, mas bem despretensiosa pois não terão análises complexas, mas sim, aquelas que chegamos a fazer todos os dias sobre nós mesmos ou sobre nossos amigos e familiares.
Página 80
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