Resenha: Battle Royale, de Koushun Takami (@GloboLivros)




Título: Battle Royale
Autor(a): Koushun Takami
Editora: Globo Livros
Páginas: 664
Ano: 2014
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Em um país totalitário, o governo cria um programa anual em que uma turma do ensino médio fundamental é escolhida para participar de um jogo. Os estudantes são levados para uma área isolada, onde recebem um kit de sobrevivência com uma arma para se proteger e matar os concorrentes. Uma coleira rastreadora é presa no pescoço de cada um deles.
O jogo só termina quando apenas um estudante restar vivo. Ao final do programa, o vencedor é anunciado nos telejornais para todo o país.
As regras do jogo foram criadas de maneira que não haja uma forma de escapar. E a justificativa da matança é mostrar para a população como o ser humano pode ser cruel e como não podemos confiar em ninguém.
Texto da orelha do livro
favorito

Battle Royale já estava na minha lista de desejados muito antes de ler a trilogia Jogos Vorazes - que acabo de me dar conta que ainda devo resenha sobre. O maior motivo é por sempre ter lido comentários que falavam da brilhante construção dos personagens nessa história e alguns até criticarem a trilogia de Suzanne Collins pelas semelhanças, mas assim que li a trilogia dela, fiquei ainda mais curiosa para embarcar nessa leitura e frustrada por ainda não ter o livro no Brasil, mas esse ano a espera acabou e fiquei extremamente satisfeita com a leitura apesar de terror nunca ter sido o meu gênero favorito.

Sem dúvida alguma esse é o livro mais sangrento que eu já li. Confesso que morria de medo de livros assim pelos traumas que tenho com filmes - eu tenho pesadelos por semanas quando assisto - e no ano passado me arrisquei em um livro que me fez repensar isso, não tenho me arrependido dessa atitude. E tenho medo que essa resenha não transmita o quanto eu adorei ler esse livro.

- Às vezes, eu perco a noção do que é correto.
Página 106

Em Battle Royale, conhecemos Shuya Nanahara e seus amigos de classe quando embarcam para o que eles pensam ser uma simples excursão escolar com o querido professor deles Hayashida. Eles são levados para uma ilha totalmente deserta e descobrem que são os escolhidos para participar do programa do governo que periodicamente escolhe uma turma do nono ano do ensino fundamental para lutarem até a morte, até que apenas um sobreviva.

Embora Shuya, Shogo e Noriko sejam os personagens que mais se destacam durante o livro, a narrativa em terceira pessoa do autor traz um pouco de cada aluno para o leitor, como as justificativas deles serem como são. Não existem vilões, mas sim, 42 jovens lutando pela sua sobrevivência com todas as suas forças e fraquezas. Quando digo fraquezas, não são necessariamente físicas, mas também psicológicas já que diante de tanta pressão para sobreviver, qualquer um dos seus amigos pode ser um assassino impiedoso.

São coisas inevitáveis. Como seu tio costumava dizer, "não é culpa dos covardes serem como são. Não devemos responsabilizá-los por tudo."
Página 421

Por mais que existam comparações entre essa história e Jogos Vorazes, o que mais se destacou pra mim foram as diferenças entre elas. O autor criou uma trama muito mais rica e envolvente, além de mais adulta e macabra. Enquanto Suzanne focou na protagonista com uma narrativa em primeira pessoa, ele ousou em nos mostrar cada um de seus personagens e consegue fazer isso sem tornar a história cansativa. É claro que em alguns momentos você vai pensar "olha foi daqui que ela tirou tal ideia", mas isso fica por aí. Provavelmente isso aconteceu porque o público que ela queria alcançar era bem diferente do público do Koushun.

O que pode prejudicar um pouco a leitura é a falta de hábito com a cultura japonesa, que faz com que em alguns momentos o leitor se perca com tantos nomes similares, mas é algo que a gente se acostuma logo nas primeiras 50 páginas. O autor sempre faz referências sobre os estudantes, então se a leitura for feita com bastante atenção, sem dúvida será imensamente aproveitada. E se existem mais autores japoneses que sabem escrever um livro assim, preciso urgentemente conhecê-los. Falo isso porque o livro foi traduzido direto do japonês, então acredito que tudo que eu gostei é característica dele que o tradutor soube como nos transmitir satisfatoriamente.

Em meio a paranoia e a confiança de cada personagem - sim tem aqueles muito capazes de acreditar em si mesmos mesmo com tanta pressão -, o autor aborda uma discussão sobre o regime totalitário de tirar o fôlego. Quem consegue imaginar um estudante de 15 ou 16 anos analisando friamente o sistema que governa o seu país sendo que a própria escola não tem permissão para falar a respeito? Ainda mais quando o acesso as informações é controlado pelo governo? Esses jovens mostram que é difícil, mas não é impossível conhecerem o sistema opressor que governa seu país.

Todos se foram. Não apenas a existência em si de cada um deles, mas tantas outras coisas foram também destruídas.
Mas ainda não tinha acabado.
Página 623

Com um final ousado e imprevisível, Battle Royale  sem dúvida é uma leitura indispensável para quem gosta de um livro sangrento com boas doses de humor negro, e acima de tudo, com um universo totalmente diferente de tudo que você tenha visto (se você viu) em Jogos Vorazes já que aqui os jogos não tem nenhum glamour. Provavelmente é um dos livros que mais mexeu comigo e por isso favoritei, fui envolvida de tal forma por esse livro que não adicionar ele aos meus favoritos seria injusto.

Confira o booktrailer do livro:



Esse livro foi cedido pela Editora Globo Livros.

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