Resenha: Álbum duplo, de Paulo Henrique Ferreira (@editorarecord)




Título: Álbum duplo
Autor(a): Paulo Henrique Ferreira
Editora: Record
Páginas: 176
Ano: 2013
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O romance conta a história do jovem Marlo Riogrande, que se depara com a situação de ter magoado e perdido sua namorada, Marcela. Neste fundo do poço, Marlo lida com as questões que o impedem de crescer: o sexo, as drogas legais e ilícitas, o sufocante ambiente de trabalho e, após ser abandonado por Marcela, uma vida sem boas perspectivas. Com uma narrativa em primeira pessoa, o protagonista convida o leitor a ser o elemento onipresente da história e entrelaça suas reflexões com uma trilha sonora espetacular de rock and roll, além de outras referências da literatura, cinema e cultura pop. O livro sugere uma trilha sonora com 51 canções – de Beatles a Belchior – que formam a espinha dorsal da narrativa. Com ajuda das canções, Marlo Riogrande coloca em xeque suas dúvidas e inseguranças, respaldado pelos fatos e esclarecedores diálogos com diferentes personagens que surgem ao longo da história. Com claras influências de Nick Hornby e Fernando Sabino, Paulo Henrique Ferreira traz uma proposta de leitura com um texto leve, que facilita a experiência do leitor. Porém, o texto toca em temas atuais e delicados, como a “baixa fidelidade” de uma geração plenamente conectada, as ansiedades de uma vida urbana e desafiadora, e as dificuldades que muitos jovens adultos têm para abandonar suas próprias inseguranças e entrarem – de uma vez por todas – na vida adulta.

Sabe aqueles livros que a gente fica com vontade ler pensando que ele será de um jeito e durante a leitura percebemos que não é nada daquilo? Bem foi assim que eu me senti lendo Álbum duplo.

Marlo Riogrande namora uma mulher perfeita, tão perfeita que ele acredita que Marcela é muito para ele e que quando menos esperar, ela estará lhe dizendo adeus. Por ter esse pensamento equivocado ele acaba aprontando poucas e boas com a gata e ela não perdoa quando descobre. E aí começa a fossa sem limites de Marlo fazendo com que ele repense não só tudo de ruim que ele fez ao relacionamento dele com ela, mas tudo que ele fez na vida dele até então.

A pergunta que martelou na minha mente enquanto lia esse livro foi: quantos homens (ou mulheres) que cometem erros com as suas companheiras (ou companheiros) por pensarem igual ao Marlo não devem existir por aí? Certeza de que não são poucos, já que é algo do ser humano em  geral achar que quando algo é bom demais, não pode ser para ele.

Então, desde cedo, preferi me isolar. E quando você se isola, você pensa. E quando pensa, infelizmente fica melancólico.
Página 38

E é nesse clima de "valores" que vai se passar o livro. A partir do momento do rompimento, Marlo seguirá sempre questionando a legitimidade dos seus sentimentos pela Marcela e vice-versa, seu modo de levar a vida desde sempre e até onde tudo aquilo que ele sempre acredito é verdade, afinal nada melhor que um belo pé na bunda para fazer um cara repensar toda sua vida. E tudo isso embalado por uma playlist de deixa qualquer amante do rock empolgado para iniciar a leitura.

A premissa do livro sem dúvida é ótima e de início achei que seria seduzida pela história de forma arrebatadora, mas algumas situações abordadas pelo autor não me deixaram muito confortável a ponto de eu sentir empatia total pelo personagem. Sei que é até estranho dizer isso, mas cheguei a pensar nas inúmeras outras formas de abordagem que o autor poderia ter usado que seria mais sútil e mais filosófica para o leitor. Não que isso seja de todo ruim, pois se a intenção do autor era tirar o leitor da sua zona de conforto, ele consegue muito bem em alguns momentos.

A narrativa é toda em primeira pessoa, pelo modo de ver a vida de Marlo o que provavelmente pode fazer que os rapazes consigam se aproximar mais das divagações dele do que eu consegui e não percam a empolgação com o livro como eu fui perdendo até os momentos finais. A nota só não foi maior por isso, achei que pela proposta do livro, ele deveria falar de forma universal independente de estar abordando uma visão masculina.

No geral, eu recomendo para todos que se interessam por livros que tratam de comportamento humano e essas fases que todos passamos em que precisamos nos redescobrir para ser felizes, mas não recomendo que vão com muita sede ao pote para não se decepcionar. Ah e não recomendo para menores de 18 anos, contém algumas revelações fortes que podem não ser absorvidas de forma bacana por pessoas muito jovens.

Esse livro foi cedido pela Editora Record.

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