Resenha: A Vida do Livreiro A.J. Fikry, de Gabrielle Zevin (@cialetras)




Título: A Vida do Livreiro A.J. Fikry
Autor(a): Gabrielle Zevin
Editora: Paralela
Páginas: 192
Ano: 2014
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Uma carta de amor para o mundo dos livros “Livrarias atraem o tipo certo de gente”. É o que descobre A. J. Fikry, dono de uma pequena livraria em Alice Island. O slogan da sua loja é “Nenhum homem é uma ilha; Cada livro é um mundo”. Apesar disso, A. J. se sente sozinho, tudo em sua vida parece ter dado errado. Até que um pacote misterioso aparece na livraria. A entrega inesperada faz A. J. Fikry rever seus objetivos e se perguntar se é possível começar de novo. Aos poucos, A. J. reencontra a felicidade e sua livraria volta a alegrar a pequena Alice Island. Um romance engraçado, delicado e comovente, que lembra a todos por que adoramos ler e por que nos apaixonamos.

Alguns livros que já resenhei disse que a sinopse era boa quanto a descrição da história, mas dessa vez peço-lhes que não acreditem que a sinopse é suficiente para descrever a história. 

Para começar preciso dizer que não tenho palavras para descrever esse livro, sabe aquele tipo de história que te prende, te envolve e te devora? Se você sabe o que é isso então você é capaz de entender como me sinto agora, se você não sabe acho que é um bom momento para começar a procurar. 

Desenvolvi uma relação inexplicável com esse livro, a história é simples, a trama previsível, as coisas acontecem de forma que é quase um conto de fadas, é o tipo de livro facilmente criticável, é um livro tão simples mais tão simples que ao final me vi incapaz de acreditar que tinha terminado. O mais intrigante é que em tese esse é um livro de memórias e eu detesto livros assim haha, não tenho paciência para saber cada detalhe da vida de alguém e coloco no cantinho ou deixo na prateleira da livraria.

A.J. Fikry é um livreiro dono da única livraria na cidade de Alice, sua mulher morreu a pouco mais de um ano, os negócios não vão mais como antes, as pessoas compram cada vez mais pela internet e e-books, a cidade é bastante movimentada no verão, mas até os turistas tem seus e-readers, A.J. não espera que as coisas melhorem, a cada dia que passa se vê mais imerso num mar de profunda tristeza, mas as coisas mudam drasticamente depois de dois importantes acontecimentos, o primeiro é o roubo de um exemplar raro, após esse roubo ele percebe que não tem mais nada de valor a ser protegido e passa a deixar a porta da livraria sem trancas quando saí para correr, depois de voltar de uma corrida encontra aquilo que vai mudar sua vida para sempre. A obra se resume a narrar, em terceira pessoa, os principais acontecimentos da vida de A.J., vem daí a semelhança que encontrei entre esse livro e contos de fadas.

(...) Livrarias atraem o tipo certo de gente. (...) E eu gosto de conversar sobre livros com pessoas que gostas de conversar sobre livros. Gosto de papel. Gosto da textura e gosto de sentir um livro no bolso. Gosto do cheiro de livro novo também.
Página 184

Esse é um livro feito para amantes de livros, creio que só quem os ama será capaz de seguir adiante na leitura e não achar algo chato e monótono. A impressão que tive é que esse não foi um livro feito para agradar a qualquer um, é um livro direcionado a um público muito específico, comercialmente isso é ruim, mas como leitora achei isso ótimo, sou apaixonada por livros, escolhi a carreira que vou seguir por causa deles, vivo rodeada por eles e já cansei de ouvir ‘eu queria ter a sua coleção’ e ‘pare de ler, você vai enlouquecer!’, costumo dizer que os livros mudaram a minha vida, a minha relação com eles é muito forte e não imaginava que fosse possível transferir isso para um deles, mas A vida do livreiro A.J. Fikry consegue fazer isso. Não me vi nos personagens, alguns pontos da história são surreais, mas o amor que os personagens nutrem por livros e a forma como eles conseguem contagiar aqueles ao seu redor fez meus olhos brilharem e renovar minha fé que um dia conseguirei atingir meu grande objetivo: mostrar para o máximo possível de pessoas o quão especial os livros podem ser.

Um ponto que achei legal é que o livro trás referências ao mundo blogueiro, achei genial, ri horrores quando li a passagem. Também aparecem algumas referências ao mundo literário contemporâneo, o gosto do A.J. não é familiar ao brasileiro, ele cita muitos autores americanos antigos, mas isso não atrapalha a leitura de forma alguma. 

Sarah Pipp faz resenhas de livros em seu blog, Terra dos unicórnios. Ela está sempre se gabando dos livros que recebe das editoras.
Página 132

Cada capítulo recebe o nome de uma obra e seu início é marcado por uma breve resenha escrita pelo Fikry, isso ajuda a entender melhor a personalidade dele. A diagramação é simples, não encontrei erros gramaticais, achei a capa muito bonita, mas não consegui captar a relação entre ela e a trama. Um detalhe que amei foram os marcadores, tenho dois e cada um é de uma cor e com citações diferentes.



Recomendo a leitura do livro para todos os amantes de livro e para aqueles que buscam entender a relação entre livro e leitor. Adorei o livro e quero mais de Gabrielle Zevin <3 .

Alguém já leu? Pretende ler?
Um beijo e até breve.

Esse livro foi cedido pela Editora Paralela.


Obs.: Esse post não é um publieditorial, mas compras efetuadas a partir de alguns dos links contidos aqui, geram renda para o blog.

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