Resenha: 2083, de Vicente Muñoz Puelles (@EditoraBiruta)



Título: 2083
Autor(a): Vicente Muñoz Puelles
Editora: Biruta
Páginas: 140
Ano: 2012
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O fim dos livros de papel e tinta está próximo. Restarão poucos exemplares: as antiguidades valiosas ou as relíquias de família. Verdade? Ilusão? Fantasia? Imagine-se agora em 2083 e surpreenda-se: o livro eletrônico também não existe mais. O que restou das histórias e dos autores que admiramos? Desapareceram sem deixar vestígios? Não! Seria impossível destruir os textos que nos emocionaram, que nos fizeram viver melhor e nos tornaram mais humanos. Não se desespere, todos sobreviveram e você poderá conhecê-los bem perto, numa viagem de turismo... no modo amplificador de inteligência. Embarque na bibliotravel.

Por algum motivo aleatório não li a sinopse corretamente, então acreditava que se tratava de um livro que mostrava um mundo onde não existiam livros físicos, isso me surpreendeu quando comecei a leitura e descobri que se tratava de um mundo sem qualquer tipo de livro.

- Eles não foram proibidos porque não foi necessário (...) Simplesmente, as pessoas deixaram de ler livros. Houve um tempo em que ainda eles, os livros, eram comprados, mas por puro acaso. (...) E depois, para quê ter livros, se todos já sido ou estavam sendo escaneados e se encontravam disponíveis na Cosmonet, em forma de arquivos digitais? As pessoas entravam na rede e liam um fragmento, uns dois parágrafos e pronto. Logo buscavam outro título e liam outro fragmento.
Página 13

A história se passa provavelmente na Espanha no ano de 2083, o mundo está um caos, embora tenham sido desenvolvidas diversas tecnologias diferentes e seja tudo mais prático, o meio ambiente vem sendo destruído a cada dia e as chances de ser salvo se tornaram nulas, para sair na rua é necessário usar uma roupa espacial que torna o ar respirável, ficar dentro de casa se tornou a coisa mais segura a ser feita. Em meio a isso conhecemos Pa e David, desde a morte de Ma sua relação se tornou de poucas palavras. Certo dia eles assistem uma reportagem sobre livros e isso desperta o interesse de David sobre o assunto, Pa lhe conta que tem em casa um raro exemplar do livro ‘A ilha dos livros perdidos’ escrito pelo bisavô de David, mas infelizmente ele está trancado em uma urna e precisa ficar lá pois corre o risco de se desintegrar ao entrar em contato com o ar instável. Essa situação instiga a curiosidade do jovem e o faz se interessar por livros e desejar navegar pela bibliotravel, que é uma máquina capaz de transportar o leitor, literalmente, para dentro do livro. Em meio a essas viagens a história é contada.

Fiquei pensando que o ser humano é uma espécie desconcertante, capaz de todo o mal e também de todo o bem. Por um lado, assolamos o planeta, causamos a extinção das demais espécies (....) Por outro, somos capazes de remover céu e terra para encontrar um só livro e fazer uma cópia.
Página 130-131

A palavra que define esse livro, para mim, é amor. Desde que li a sinopse fiquei interessada em ler ele, só agora tive a oportunidade e isso me entristece porque significa que terei menos tempo útil de vida para reler ele. Gostei da narrativa do autor, gostei da trama, gostei da diagramação da edição que li, gostei dos personagens, só não gostei do final, da rapidez com que acontecem as coisas e de ser uma história curta, acredito que se ele não fosse um juvenil essas falhas seriam corrigidas e teria gostado mais ainda da leitura.

O livro faz uma reflexão profunda sobre o papel do livro na sociedade, mas não faz de maneira enfadonha, é interessante o modo como o autor escolheu abordar esse tema. Como já disse, a história é curta, qualquer detalhe a mais que dê sobre ela pode se tornar um spoiler e isso não é legal para ninguém, então, recomendo que vocês leiam o livro porque vale muito a pena, tanto para quem gosta de ler, quanto para quem não gosta, não é uma leitura difícil, não é infestada de conceitos futurísticos, o que torna a leitura mais fluída. É um livro fantástico.

Quando ninguém mais lê, e continuamos lendo livros, nós temos a impressão de sermos um bicho estranho.
Página 15

Alguém já leu? Pretende ler?
Comentem –q.
Beijos,

Thalita.

Obs.: Esse post não é um publieditorial, mas compras efetuadas a partir de alguns dos links contidos aqui, geram renda para o blog.

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