Resenha: A fofa do terceiro andar, de @cleobusatto (@galerarecord)




Título: A fofa do terceiro andar
Autor(a): Cléo Bussato
Editora: Galera Júnior
Páginas: 144
Ano: 2015
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Primeiro juvenil da escritora Cléo Busatto, autora de mais de 20 livros, a maioria infantis. "A fofa do terceiro andar" é a história de Ana, uma menina acima do peso, mas cheia de opinião, que se muda para uma escola nova, começa a sofrer bullying dos colegas e acaba desenvolvendo uma depressão. Quando o ano recomeça, ela muda de turma e conhece um menino que não se importa com o peso dela e eles começam a namorar. A família dele é meio hippie e ele ensina a ela que, mesmo fora dos padrões ela é bonita.
Confesso que me apaixonei perdidamente por essa capa assim que o livro chegou aqui em casa, estava tentando cumprir a #MLI2015 e ele ficava ali na estante me chamando e óbvio que acabei me rendendo. Além da capa fofa, a sinopse era bem convidativa, diferente de tudo que eu tinha lido anteriormente e isso me encheu de expectativa.

Nesse livro a autora Cléo Bussato nos apresenta Ana Vitta, uma adolescente acima do peso e que sofre com isso, não pelo peso em si, mas pelos estereótipos e as situações que as pessoas ao seu redor criam em cima disso, incluindo o termo a fofa do terceiro andar. O livro inicia quando após uma situação dolorosa, Ana começa a escrever em um caderno uma espécie de diário para poder desabafar sobre a sua nada mole vida.

...Comecei um caderno agora. Uma espécie de diário. Não sei quando vou terminar. Preciso desabafar. Preciso falar, mas não quero críticas. Quero apenas que me ouça. Caderno não fala.
Página 9

Ana tem 14 anos e como todo adolescente, tem muitos conflitos para serem resolvidos. Longe de serem conflitos incomuns, afinal todos nós passamos por essa fase de aprender a se aceitar, se amar, ir atrás do que nos faz feliz. O único - e enorme - agravante é que ela sofre demais por não aceitar seu corpo, seu peso. Na verdade, fica evidente que para ela ninguém vai aceitá-la como ela é, não só no aspecto amoroso, mas também interfere na forma que ele faz amigos.

Ana Vitta é uma garota amável, alegre e confiante. Saudável, apesar de gorda. Tímida, sim. Mas não há nada errado com ela, a não ser uma incapacidade de se aceitar como é.
Página 34

Ana é aquela menina que nos encanta mesmo com todo esse baixo astral inicial, comecei a torcer por ela desde o primeiro parágrafo. Em muitos momentos quis abraçá-la e dizer que tudo ficaria bem logo de tão crível que a personagem é. Quando ela começa a se redescobrir, imaginar o que ela pode se tornar dá ao leitor um incentivo a mais para continuar. Achei incrível isso acontecer em um livro tão curto, tanto que mesmo com toda a correria de julho, consegui concluí-lo em apenas dois dias. A escrita poética e leve da Cléo com certeza foi o que tornou isso possível.

Eu li um livro que relacionava o ato de andar com a ideia de peregrinação, uma imagem poética que lembra o movimento de caminhar para dentro, caminhar em direção à alma.
Página 32

Como se pode esperar de um livro de 144 páginas, "A fofa do terceiro andar" é uma leitura rápida e leve, mas ficou longe de ser uma das minhas favoritas como eu imaginava pela sinopse. Eu esperava que a Ana se redescobrisse de uma forma diferente da que a autora propôs e isso me decepcionou um pouco, porém não é nada que desmereça a leitura, muito pelo contrário, a história tem um grande potencial, só não foi compatível com a minha expectativa.

A história fala sobre bullying sim, mas ela transmite mensagens que vão além do impacto disso na vida de alguém, mostra a importância do amor da família e de outras pessoas queridas para ajudar a superar essa dor, além de mostrar que o primeiro passo sempre tem que vir de nós. Mas como teremos coragem para dar o primeiro passo se ao nosso redor não existirem elementos para isso?


Sem dúvida quero ler outro livro da autora, recomendo demais esse tanto para adolescentes quanto para pais de adolescentes pela carga emocional e pelas reflexões que propõe. Livros como esse me fazem pensar em como parece que está cada vez mais difícil ser adolescente, como logo mais terei um adolescente por perto, acho maravilhoso entender um pouco mais como eles pensam.

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