Resenha: Azar o Seu




Título: Azar o seu
Autor(a): Carol Sabar
Editora: Jangada
ISBN: 9788564850361Páginas: 368
Ano: 2013
Compre: Buscapé
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Bia está parada num engarrafamento no Rio de Janeiro, pensando em sua vida azarada. Sem emprego, atolada em dívidas, ela não imagina que está prestes a viver a grande coincidência da sua vida. O motorista do carro ao lado está buzinando, tentando se comunicar com ela, como se fosse um velho conhecido... E ele é! Mas Bia não o reconhece. E como poderia? Ele é um homem, não mais o garoto de dez anos atrás. Está mais encorpado, cortou o cabelo, livrou-se do aparelho nos dentes e das espinhas do rosto, está tão diferente, tão lindo... O motorista sai do carro, mas não tem tempo de se explicar, pois começa um violento tiroteio e eles têm que se jogar lado a lado no asfalto. Certa de que está prestes a morrer, Bia entra em desespero e se prepara para dizer suas últimas palavras, na esperança de que o suposto desconhecido deitado ao seu lado possa levar um recado a Guga, seu amor da adolescência, sem perceber que é ele próprio que está ali, ouvindo a inesperada declaração de amor! Os dois escapam juntos do tiroteio e, a partir daí, começam a se envolver, dia após dia... Guga, sem coragem de assumir sua verdadeira identidade. Bia, fascinada por ele e feliz consigo mesma por finalmente estar se apaixonando por alguém que não é Guga... Azar o seu! vai além de uma comédia romântica. É uma reflexão sobre a importância da amizade verdadeira, do perdão e do autoconhecimento, que nos resgata o poder de decidir sem medo e de reverter escolhas que nos impedem de ser feliz.

Ana Beatriz Guimarães - ou apenas Bia para os mais próximos - tem certeza de que é uma azarada em todos os sentidos de sua vida. Aos 25 anos, quando ela já deveria estar mais madura e bem encaminhada financeiramente, sua vida está bem diferente de como ela gostaria por estar desempregada após uma situação completamente constrangedora acontecer no trabalho e ainda solteira por nunca ter superado a perca de Guga, seu grande amor da adolescência que foi para Londres 10 anos atrás em busca de seus sonhos. 

Ela se recusa a acreditar que o destino ainda possa trazer algo bom pra ela e quando o destino coloca Guga em seu caminho no trânsito do Rio de Janeiro quando ambos estão retornando para Minas Gerais, tem a oportunidade de que tudo mude, só que claro que ela não o reconhece já que mudou completamente e pouco restou da aparência daquele garoto que ela amou tanto desde sempre. Ele também não tem coragem de contar a verdade, logo isso desencadeia outras tantas situações entre os dois chegando em um ponto que fica difícil saber quem é o mais azarado agora.

Mas eu já deveria estar careca de saber que, na vida de uma azarada, a sorte nunca deve ser louvada. Porque na vida de uma azarada, mesmo quando parece impossível, as coisas ainda podem piora.
Página 215

Bia é o tipo de protagonista que costumo fugir por ser pessimista ao extremo, gostar de se automutilar e, acima de tudo, não consegue pensar em nenhuma de suas qualidades como uma vantagem de ser quem é. Sem contar que ela não reflete muito sobre as suas atitudes, não aceita muito bem os conselhos que lhe são dados em momentos oportunos, etc. E isso é só uma parte do que me deixa realmente frustrada em chick-lits como esse, fazendo que seja praticamente impossível que eu me simpatize com as protagonistas. Só que por outro lado, temos um Guga egocêntrico o máximo que seja possível, não só em relação a Bia, mas ao mundo. Por isso, tive grandes dificuldades durante a leitura para me envolver e curtir o que tinha de divertido na leitura.

As coisas boas chegam ao fim.
Ou talvez as coisas boas não existam. Porque chegam ao fim. E o fim nunca é bom.
Página 229

O que salvou a leitura pra mim foi a relação dela com o pai que achei sólida, real e muito bonita de admirar. O pai está sempre do lado dela para apoiar e reanimar, literalmente não deixa a peteca cair. Fora o respeito mútuo pela escolha e espaço um do outro, realmente um amor muito bonito de se admirar e bom para se espelhar. Mesmo quando a Bia tem seu comportamento adolescente em coisas que não deveria, lá está o pai para salvar o mundo e mostrar que nem tudo está perdido.

Eu não tinha um emprego, não tinha perspectiva alguma de ter. Não tinha dinheiro, apesar de muitas dívidas. Não tinha um namorado. Não tinha uma amiga.
Mas tinha um pai de verdade. E era bom reconhecer isso, o melhor antidepressivo do mundo.
Página 254

A história toda é narrada em primeira pessoa pela Bia, sendo assim não fica difícil perceber porque pra mim não foi tão bom. Foi difícil estar na mente dela por mais de 360 páginas e ouvir seus lamentos, fora que por vezes encontrei fatos que achei que poderiam ter sido pulados para evitar mais uma onda de reclamações da personagem. Porém, como a Carol escreve muito bem, fui recompensada pela persistência com uma história totalmente crível e um final imprevisível, mas com um clima inconfundível de sessão da tarde.

A diagramação ficou muito bacana, a capa leva muito da história e a revisão impecável, não encontrei erros no texto durante a leitura. Recomendo para quem gosta do gênero sem dúvida, mas principalmente para quem não leu nenhum livro nacional do tipo já que a Carol nada deixa a desejar, até comentei no twitter que fico completamente triste de não ser fã do gênero quando pego um livro bem trabalhado como dela.

E vocês já leram? Gostaram? Amam chick-lit? Diga nos comentários.


Esse livro foi cedido para resenha pela Editora Jangada.


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