Especial: 4 coisas que você deve saber sobre a publicação de livros infantojuvenis no Brasil

Por Ronize Aline


Publicar um livro não é tarefa fácil. Que o diga o autor inédito que busca uma oportunidade de fazer sua obra chegar até os leitores. Mas a publicação é um processo que começa bem antes da assinatura do contrato com a editora. E com os livros infantojuvenis não é muito diferente, apesar de guardarem algumas particularidades. Confira abaixo algumas características do mercado de livros infantojuvenis no Brasil. 

Autor de texto não deve se preocupar com ilustrações: uma das dúvidas que os escritores têm em relação ao envio de originais para editoras é se devem anexar ilustrações ao seu texto. Alguns chegam a contratar um profissional para submeter o livro já ilustrado. Essa não é uma atitude desejável. Há editoras que, inclusive, mencionam em seu site que o original deve ser enviado apenas com o texto. Isso porque elas já têm um núcleo de ilustradores com os quais costumam trabalhar regularmente, e a quem são encomendados os projetos gráficos e as ilustrações. Toda a parte de produção cabe à editora, que pode ou não consultar o autor do texto à medida que o processo avança. Por isso, na hora de enviar seu original, nada de mandar ilustrações junto, pois vai ser dinheiro jogado fora.

Conheça o perfil da editora: nem sempre mais é melhor. Enviar originais indiscriminadamente, sem verificar se o seu texto tem o estilo buscado pela editora, não aumenta as chances de vê-lo publicado. Procure conhecer o perfil das editoras para identificar se o seu livro se encaixa na linha editorial – e também se estão abertas ao recebimento de originais. Muitas deixam claro em seus sites essa situação. E não se esqueça de verificar a forma pela qual a editora recebe o material, se por e-mail ou pelo correio – neste caso, podendo ser em formato impresso ou mídia digital.

Prepare-se para visitar muitas escolas: na literatura infantojuvenil o contato entre escritor e leitor é ainda mais intenso. Fazem parte do processo pós-lançamento as visitas às escolas e feiras literárias estudantis, para conversar com os alunos sobre o livro, contar um pouco da história ou trocar ideias sobre literatura. A criança e o jovem valorizam esse contato e estabelecem um vínculo mais forte com o livro e a própria literatura quando personificados na figura do autor. Essa é uma etapa fundamental do trabalho do escritor infantojuvenil que não pode ser menosprezada.

O grande comprador das obras infantojuvenis é o governo: muitos até mesmo ignoram que exista tal procedimento, mas quem vive nesse mercado editorial fica de olho na abertura dos editais. São vários os programas de compra de livros desenvolvidos pelos governos municipal, estadual e federal – e o volume de exemplares comprados pode superar, e muito, os vendidos nas livrarias. Por isso a imensa expectativa de autores e editores para submeter obras que atendam às exigências de cada programa. Uma vez lançado o edital, cabe à editora inscrever as obras de seus autores que melhor se adequem a cada faixa etária. Meu primeiro livro infantil, O dono da Lua, foi selecionado pelo governo do Estado de São Paulo para o programa Livro na Sala de Aula 2013, para ser distribuído para todas as escolas de ensino fundamental do estado, e o mesmo aconteceu com a Prefeitura de Contagem (MG).

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