Resenha: O homem do bosque, de Scott Spencer





Título: O homem do bosque
Autor(a): Scott Spencer
Editora: Bertrand Brasil
Páginas: 378
Ano: 2013
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Em seu romance mais arrebatador, "O homem do bosque", considerado um dos melhores de 2010 pela Amazon, Scott Spencer prova por que é avaliado como um dos maiores escritores norte-americanos da atualidade e por que é unanimidade entre os críticos ao redor do mundo. Desde adolescente, Paul vive por conta própria. Livre, independente. Guiado sempre por um código de conduta rígido, tendo feito um pouco de tudo na vida, ele chegou a pensar que nunca teria um norte, que estava apenas ao sabor do vento. Até que conhece a bela, inteligente e amorosa Kate Ellis, e sua filha, Ruby, de nove anos. As duas lhe oferecem uma vida de ordem e regularidade. Contudo, ao caminhar por um parque, o protagonista encontra um homem espancando um cachorro e, por alguns momentos, mergulha num mundo de violência e numa jornada anárquica de autoconhecimento, redenção e culpa. Morte e vida cruzam seu caminho. Scott Spencer capta a intensidade da paixão humana – e sua capacidade, ao mesmo tempo, destrutiva e redentora – com precisão e discernimento sem precedentes. Ele abusa da ironia, da espirituosidade e de sua profunda sensibilidade num thriller psicológico e provocante que trata da moral e da masculinidade, das escolhas e do destino.


Paul é apenas um homem comum, um humilde marceneiro que depois de conhecer Kate - uma ex alcoólatra que agora se dedica a ajudar outras pessoas com seu testemunho de mudança com a ajuda da fé - e sua filha Ruby, começa uma pequena transformação no seu modo de viver e pensar. Eles tem tudo para formar uma família perfeita, mas um pequeno incidente que cruza a sua vida com a de outro homem, transforma a vida dele até então repleta de certezas boas a ponto de ele não conseguir mais ser o mesmo e em meio aos conflitos trazido nesse fatídico encontro. Tudo muda, inclusive a sua relação com Kate, seus amigos e familiares.

(...)Tudo muito rotineiro, muito familiar. Frequentemente ele se lembra de que o maior perigo é a complascência, o modo como podemos nos acostumar a verificar tudo e não encontrar nada, até que um dia, quando surge algo inusitado, nós nem notamos. (...)

Página 10

Em 2013 me deparei com livros bons que me fizeram sair da minha zona de conforto não só como leitora, mas como ser humano também e posso dizer que nesse ano esse foi o primeiro livro que conseguiu me fazer sentir assim.

Com personagens complexos e um drama principal envolvente, o autor nos trás em Homem do Bosque uma boa reflexão sobre o comportamento humano principalmente em coisas relacionadas a religiosidade (ou a falta dela) e sobre como algo que acontece totalmente fora do esperado pode abalar não só uma vida, mas várias para sempre. Uma das razões que me levaram a ler o livro foi o fato citado na resenha da Gleice do blog Murmúrios Pessoais que fala sobre os relacionamentos imperfeitos (amizade, amor, etc) que ficam nítidas conforme o autor vai desenvolvendo a atmosfera ao redor de Paul mostrando as pessoas com quem ele convive, sem julgamentos mas para que fique implícito o quanto por mais que se conhece alguém, pouco se sabe sobre aquela pessoa.

Talvez esse seja o segredo do amor: às vezes, ele nos carrega; depois, chega a nossa vez, e nós é que temos de carregá-lo.
Página 31

Um homem do bosque foi uma daquelas leituras que me fez repensar o porque de tantas coisas - talvez por um momento em particular que estou vivendo - e a perceber que não há como buscar a razão de tudo. Também me fez perceber que quando cometemos um erro nem sempre a intenção é ferir os outros, mas por vezes isso acontece de forma inconsciente. Fora a contradição maior que é mostrada quando o protagonista por vontade de proteger um animal acaba sendo hostil com um igual.

O que ajuda o leitor a ter essa visão crítica do ser humano é a narrativa em terceira pessoa que não deixa a visão da história limitada. Dessa forma o autor consegue explorar plenamente a personalidade de cada personagem sem favorecer nenhum para o bem ou para o mau, afinal ninguém é realmente 100% uma dessas duas coisas. A forma com que as vidas dos personagens se encontra é bem crível, não deixa dúvida alguma sobre a veracidade e se alguém me dissesse que é baseado em fatos reais, eu não teria muito o que questionar.

- As pessoas sempre fazem isso, é o que eu vejo. O que está acontecendo no momento é demais para elas, então a mente delas volta para o passado. O passado, não importa como tenha sido, já aconteceu e já foi vivido. Então, não é tão ruim.
Página 157

Vale ressaltar que o livro é adulto, então não espere o "mais do mesmo" que acontecem em livros jovens já que a intenção do autor é divagar por todas as nuances dos personagens que são apresentados. Não se trata apenas de um suspense, mas um suspense psicológico que faz com que o leitor acredite e se envolva com os problemas dos personagens, caso isso não aconteça pode não ser uma leitura produtiva, portanto recomendo atenção no que se espera em relação a essa leitura antes de começar. Sem dúvida um livro que vale a pena ser conferido, mas é importante ter em mente que não é uma leitura que satisfaz qualquer leitor.

Esse livro foi cedido para resenha pela Editora Bertrand Brasil.

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