Título: Pedro Noite
Autor(a): Caio Riter
Ilustrador: Mateus Rios
Editora: Biruta
Páginas: 32
Ano: 2011
Skoob
Compre: Buscapé
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Pedro Noite é um garoto como os outros que vivem a descoberta de si mesmo. Mas sua história é atravessada por imagens que não o retratam, por um canto misterioso e por histórias que fazem parte de Pedro, mas que ele ainda não conhece.
Tenho lido tantos livros e contos infantis ultimamente que penso até que já li sobre todos os temas possíveis para o meu filho, mas com esse livro percebi que ainda estou longe de ter abordado tudo com ele. Um tema que ainda não tinha sido abordado em casa era o racismo e Pedro Noite veio em maravilhoso momento, já que aconteceu uma situação recente perto do Arthur e ele já sabia exatamente o que era por 'culpa' dessa leitura.
Pedro, nosso protagonista da vez, é um menino negro que mora com a sua 'quase vó' e acha estranho a foto que ele tem em casa com seu pai, não parecer muito com ele. Na foto a pele dele é branca como o dia, no espelho negra como a noite. Mas não é isso que vai fazê-lo pensar no porque ele é diferente e sim as atitudes de outras crianças em relação as suas origens que acaba deixando ele confuso.
Arquivo Pessoal |
Confesso que no início da leitura, fiquei com receio da forma que seria feita essa abordagem sobre a descoberta do personagem, mas felizmente ela é feita de forma simples e intuitiva. Apesar de o livro propor uma reflexão sobre si mesmo, independente do livro ser lido por uma criança branca, negra ou parda, deixa claro que não é ruim ser diferente o ruim é não respeitar essa diferença ou aceitar ser diferente.
Uma das partes mais bonitas, são aquelas partes que retratam o sofrimento de Pedro com a atitude dos colegas já que a linguagem poética deixa tudo mais intenso. Afinal, não deve ser fácil você ter que se redescobrir ainda na infância e de forma tão triste, cheia de 'perdas' e incertezas. Para um adulto não seria simples, imagine para Pedro que ainda tem que suportar comentários maldosos?
Pedro chorava muito,chorava até demais,e no seu choro cantavanúsica vinda nem sabia de onde,palavras todas estranhas,dor vido de dentro,dor que já era tormento.
Minha única ressalva, é com algumas palavras da língua yourubá, mesmo tendo o glossário ali no final por ser indicado para um leitor em processo, achei que atrapalhou um pouco na hora do Arthur entender o contexto, mas não é nada que desmereça o trabalho do autor ou do ilustrador que é maravilhoso. Falando em ilustrações, assim como todos os livros da Editora, o trabalho é muito bonito.
A leitura é mais do que recomendada para crianças que estão aprendendo a ler ou para propor uma reflexão sobre o preconceito e sobre as descobertas que acontecem entre os 7 e os 10 anos, já que por mais que hoje em dia se diga que a sociedade já aceita bem todas as raças, crenças, etc. nós sabemos que ainda existem pessoas preconceituosas e só é possível tentar diminuir isso educando.
Esse livro foi cedido pela Editora Biruta.
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